Zona de Expansão recebe sua primeira audiência do Plano Diretor
A Prefeitura Municipal de Aracaju quer ouvir a população da capital, para tornar possível mais um grande passo para o avanço da cidade. Seguindo com a programação de revisão do Plano Diretor, aconteceu na noite desta quarta-feira, dia 22, a sexta audiência com a população. Desta vez a audiência aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Florentino Menezes, localizada na comunidade Areia Branca, na Zona de Expansão da capital.
O plano foi apresentado pela equipe de técnicos da prefeitura, formado por engenheiros, arquitetos e professores, que expuseram à comunidade a situação atual da cidade e de que forma se é possível melhorar. Seguindo uma ordem pré-estabelecida foram apresentados os tópicos que se referem a infraestrutura, patrimônio público, turismo, meio ambiente, mobilidade urbana, ocupação do solo e zona de expansão.
A zona de expansão receberá mais de uma audiência, pois se trata de uma área singular da cidade, que difere das outras. A coordenadora do Plano Diretor, Mariana Albuquerque, explicou melhor o motivo da diferenciação desta área e a importância de ter mais de uma audiência no local.
"Na verdade, a zona de expansão é, como o próprio nome diz, onde Aracaju deveria estar se expandindo, ela equivale a quase 40% do território municipal, então se formos parar para pensar, os outros 60% equivale a malha urbanizada, que está dividida em bairros. A Zona de Expansão é única, não possui bairros, só que é uma parcela grande do nosso território, onde observamos que mesmo no plano diretor ela não é chamada de zona de expansão e sim de zona de adensamento restrito, ou seja que não se deve adensar. Entretanto já vemos esse adensamento acontecer, então está aí a importância, nós temos que ter um olhar cuidadoso pra essa zona, por isso que acontecerão mais de uma reunião aqui, pois mesmo que não deva ocorrer o adensamento aqui, nós já estamos informando e colhendo demandas. Então nós precisamos ver junto com a comunidade o que podemos fazer enquanto prefeitura e como cidadão também, sempre contribuindo para que o plano diretor determine as melhores diretrizes para essa área, tanto como para o município em geral", afirma a coordenadora.
Dos pontos citados acima, os que foram mais discutidos com a comunidade em questão, foi o Meio Ambiente e Zona de Expansão, devido à proximidade da comunidade com um braço do Rio Vaza-Barris, que corre desde o bairro Santa Maria até a Zona de Expansão. Com relação ao meio ambiente específico da Zona de Expansão, a engenheira florestal, Carla Zoaid, explica que a localidade é singular.
"A Zona de Expansão tem uma característica muito especial, pois é uma zona que apresenta uma intensa fragilidade ambiental, pois temos um grande número de áreas alagáveis que, se forem ocupadas de forma desordenada e irregular, causa uma pressão do sistema de drenagem natural da área e a degradação dos ecossistemas naturais que estão associados a essas áreas alagadas. Nós temos um grande número de áreas de restinga, que é uma área que deve ser protegida, pensando na contenção da erosão costeira, que é também um problema constante de regiões costeiras, então se deve pensar muito bem ao construir o plano diretor, para preservar todos essas especificidades que a área preserva", afirma a engenheira.
FASE DE PERGUNTAS E DEMANDAS DA COMUNIDADE
Ao final da apresentação do esboço do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, foi passado para o público a oportunidade de fazer perguntas ou exaltar algum ponto específico. José Firmo, Presidente do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, parabenizou a equipe técnica e a prefeitura de Aracaju pela iniciativa de ir em cada bairro da capital ouvir o povo, entretanto chamou atenção para o saneamento básico da localidade e fez demandas para que fosse criado no novo Plano Diretor, um instrumento para frear o avanço das construtoras.
Luciane Rodrigues também fez demandas relacionadas à comunidade de areia branca, que sofre com a demanda de mais atenção para as áreas ambientais da localidade, ressaltando que é uma área de adensamento restrito, que exige muita cautela e não pode ser tratada levianamente.
Outra moradora da comunidade de Areia Branca, Valdeci Cantanhede, também tocou no ponto que considera principal da Zona de Expansão, a fragilidade ambiental. Além disso, a senhora ressaltou preocupação com o avanço das construtoras no local.
Com o encerramento da Audiência Pública a urbanista, Ana Neri, que foi uma das principais participantes da equipe técnica da prefeitura, contou os principais pontos discutidos."Aqui, o que mais discutimos foram os problemas específicos da Zona de expansão, que deve ser tratada, de fato, de forma diferente da zona urbana. A Zona de Expansão, hoje, coincide com a Zona de Adensamento Restrito, só que a Zona de Adensamento restrito não tem capacidade para se construir demais, é uma distorção do plano que precisa ser revista", afirma a urbanista.
Fonte: PMA
Foto: Marcos Borges