Usuários enfrentam filas e se revoltam neste primeiro dia de greve dos bancários
Joângelo Custódio, da redação AJN1
Neste primeiro dia de agências bancárias de portas fechadas, devido à greve dos bancários, os usuários que precisam de atendimento sentiram-se prejudicados e muitos deles desaprovaram o ato de paralisação da categoria. No Centro da Capital, centenas de pessoas se aglomeravam dentro das agências para tentar resolver suas demandas.
A dona de casa Maria Aparecida, de 41 anos, precisou sacar um valor acima do permitido nos caixas eletrônicos e não conseguiu. Segundo ela, a greve só faz desandar a vida das pessoas.
“Sinceramente, não vejo motivos para que essa greve aconteça. Todo ano é assim: eles pintam as portas das agências com esses cartazes de greve e causa rebuliços. Queria ver se o funcionário do Gbarbosa tem coragem de fazer greve e sabe por que? Porque precisa, meu filho”, contestou ela.
O empresário Gabriel Diniz também precisou dos serviços bancários para pagar seus funcionários e não conseguiu. “Nesse país tem de tudo. Respeito o direito constitucional do trabalhador, mas vai brincar assim de fazer greve… Neste momento de crise, a categoria deveria repensar tudo isso”, ponderou Gabriel, com ar de insatisfação.
O professor Cristiano Fonseca conseguiu pagar suas contas nos caixas eletrônicos, mas também é contrário à paralisação. “Não concordo. Os bancários deveriam pensar duas vezes antes de paralisar. Eles não recebem salários miseráveis para fazer isso, então, seria coerente um diálogo maior”, disse.
No município de Itabaiana, a 58 quilômetros da capital, usuários entraram em conflito com alguns líderes do movimento grevista. Houve tumulto.
Defesa
A presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de Sergipe, Ivânia Pereira, disse que o primeiro dia de greve é o pior para a população.
“Não queremos que essa greve perdure por muitos dias. Quanto menos transtornos causarmos à população melhor, pois os usuários não têm nada a ver com isso, só que infelizmente não se pode fazer uma greve sem criar algum tipo de transtorno para as partes que não estão diretamente envolvidas. Nós nos desculpamos com a sociedade em geral, mas pedimos que eles compreendam a nossa luta, pois estamos com os nossos salários defasados”, declarou a sindicalista.
Os bancários lutam por um reajuste de 16%, sendo que os banqueiros só querem pagar 5,5%, que é metade da inflação do período. Eles também cobram melhorias no ambiente de trabalho e o fim das metas.
Durante toda a manhã foram realizados atos na frente das principais agências bancárias. Segundo a presidente do Sindicato, hoje poderá ser divulgado o número total de agências que aderiram à greve no Estado.