Tiradentes e o desejo de independência do Brasil
Nesta quarta-feira, 21 de abril, é feriado nacional no Brasil, dedicado a Joaquim José da Silva Xavier, que foi executado neste dia em 1792. Popularmente é conhecido apenas por “Tiradentes”, em referência ao seu ofício de dentista. Esta data se tornou feriado e ele considerado mártir e proclamado patrono das Policias Militares dos Estados, Patrono Cívico da Nação Brasileira pela Lei 4.867, de 09 de dezembro de 1965. O título é uma homenagem às pessoas que se destacaram fazendo algo de extrema valia para o país.
Nascido em 12 de novembro de 1746, Tiradentes trabalhou como dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar, e também ativista político, atuando nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro na época do Brasil Colônia. Ele é considerado um dos bravos brasileiros que lutou pelo desejo de Independência do Brasil. Devido a sua boa oratória e espírito de liderança foi escolhido para comandar o movimento conhecido como Inconfidência Mineira, ocorrido em 1789.
Importância da data
A historiadora e professora emérita da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Terezinha Alves de Oliva, explica que a importância da data está no fato de Tiradentes ter feito parte e ser um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento que se organizou contra o domínio português, na Capitania das Minas Gerais que havia crescido e tomado importância pela exploração do ouro nas suas terras.
“A economia da mineração promoveu o aparecimento de cidades importantes e de uma elite enriquecida que, num momento de crise da produção mineradora, tentou levantar-se contra o domínio colonial, diante da iminente cobrança de impostos – a chamada derrama, ordenada pela Metrópole, que assumiu o governo da Capitania em 1788”, explicou.
Ela salientou ainda, que a “Inconfidência Mineira é contemporânea da Revolução Francesa e compartilhava dos ideais de liberdade divulgados por filósofos, padres e juristas do Iluminismo.” Teresinha de Oliva concluiu, observando que depois da Proclamação da República, a figura de Tiradentes passou a ser destacada e a Inconfidência lembrada como um dos passos importantes pela Independência do Brasil.
Objetivo da Inconfidência Mineira
O objetivo do movimento era fazer, no chamado “Dia da Derrama” (em que eram cobrados da população os impostos atrasados), um protesto, alertando as pessoas sobre o plano de libertação e em seguida prendessem o governador Visconde de Barbacena. Mas o plano não deu certo. Tiradentes foi traído por um companheiro de luta: Joaquim Silvério, que devia 700 contos ao Rei de Portugal, e para ter a dívida perdoada, entrou no grupo de Tiradentes, se informou do plano e denunciou ao próprio governador.
Morte de Tiradentes
Trinta e quatro membros do movimento foram presos, acusados de traição à Coroa Portuguesa. Onze deles foram condenados à morte, mas todos tiveram as penas amenizadas, menos Tiradentes. Ele foi enforcado, no Rio de Janeiro. Antes de morrer, Joaquim da Silva Xavier disse: “Jurei morrer pela Independência do Brasil, cumpro a minha palavra! Tenho fé em Deus e peço a Ele que separe o Brasil de Portugal”.
Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792. Partes de seu corpo foram expostos nos principais centros urbanos do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A sua casa foi queimada e todos os seus bens confiscados. O seu nome está escrito no Panteão da Pátria e da Liberdade Brasileira (conhecido como o “Livro dos Heróis da Pátria) desde 21 de abril de 1992.