Superlotação, desinformação e longas filas marcam retorno dos serviços no INSS
Da redação, AJN1
Após 78 dias em greve, os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltaram ao trabalho nesta terça-feira (29). Como já se podia imaginar, todas as agências do Estado tiveram registros de superlotação e intermináveis filas. E a procura deve se estender por um longo período. Os servidores terão que pôr a mão na massa para organizar a pilha de solicitações acumulada durante o período grevista.
Em Aracaju, por exemplo, na unidade localizada na avenida Ivo do Prado, uma das mais procuradas, pessoas chegaram a madrugar na fila visando assegurar o atendimento. Mas só foi o dia clarear e o portão da agência abrir por volta das 6h45, para o tamanho da fila triplicar no tamanho.
Além da incômoda espera, outra reclamação da população foi sobre a falta de informação. Houve registro de pessoas que aguardaram mais de 2h na fila e só depois foram informadas de que estava no local errado.
E a empregada doméstica Lurdes dos Santos disse que chegou à agência às 4h e esperou por mais de 3h para ser atendida. “Imaginava que muita gente viria ao INSS e, por isso, cheguei às 4h, mas não adiantou muito, porque tive que esperar por mais de 3h para ser atendida. No início da manhã foi o maior tumulto, mas aos poucos as pessoas foram se organizando. Quero dar entrada na minha aposentadoria, mas pelo telefone não consegui então, o jeito foi vir na agência”, conta.
Vicente José da Silva, veio do município de General Maynard para tentar a liberação da sua aposentadoria por invalidez e também reclamou da falta de informação. “Tenho que pegar um documento e levar para a Justiça para eu conseguir ser aposentado por invalidez, mas ninguém me passa uma informação concreta e não sei o que fazer. Cheguei cedo, fiquei na fila e não sei ainda se vou conseguir agendar o atendimento ou não. Estou passando por dificuldades, não posso trabalhar e preciso me aposentar”, afirma.
Atendimento assegurado
De acordo com a gerente da agência da Ivo do Prado, Célia Martins, todas as pessoas serão atendidas. “Começamos o expediente às 6h45, sendo que o normal é às 7h, porque sabíamos que a demanda seria grande. No início da manhã já tinha cerca de 200 pessoas esperando a abertura da agência e acredito que até o final do dia a unidade atenda a 500 pessoas em média, dando prioridade aos agendamentos e perícias. Mas todos serão atendidos”, disse.
Porém, embora os servidores do INSS tenham encerrado a greve, os médicos peritos do Instituto permanecem parados e, de acordo com informação da Associação Nacional dos Médicos Peritos em Previdência Social, amanhã (30) e quinta (1º), o setor de perícia não funcionará. Além disso, disse a Associação, os peritos estão trabalhando com o efetivo mínimo.