Sergipe registra o pior resultado de vendas do Brasil, aponta estudo da Fecomércio

 

 

Com base nos dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Sergipe (Fecomércio-SE), concluiu que o comércio sergipano sofreu a maior queda no volume de vendas no Brasil entre os meses de abril e maio.

De acordo com os números apresentados, o mês que tinha a expectativa de melhoria no crescimento do volume de vendas, terminou sendo uma reversão para o comércio sergipano, registrando uma queda vertiginosa de -3.9% no volume de vendas em maio, relacionado ao mês de abril deste ano. Mesmo com o dia das mães, que promove habitualmente um crescimento nas vendas do comércio varejista, o resultado foi desanimador.

 

Sergipe, com esse péssimo resultado, ficou em último lugar no Brasil. Posição diametralmente inversa ao primeiro colocado, o estado de Roraima, que teve 3.9% de crescimento no volume de vendas entre abril e maio.

Na opinião do presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, a queda em relação ao mês de abril, colocando Sergipe como o pior estado em desempenho no período de 30 dias, é preocupante e aciona o sinal de alerta para que sejam tomadas medidas de proteção ao mercado sergipano, com objetivo de evitar o escape de receita e que o a queda nas vendas puxe para baixo, o nível de empregos no estado, promovendo demissões.

“Estamos em um momento de muita dificuldade no comércio sergipano. A situação é muito desfavorável e não vemos a sinalização de mecanismos por parte do poder público, que possam conter os danos provocados pela crise, com esse sangramento constante do comércio. Temos que sentar para discutir com o estado, prefeituras e, de mãos dadas, encontrar meios de se impedir que a crise continue a provocar novos problemas. Com o revés no volume de vendas, muitos trabalhadores poderão ser prejudicados, pois a venda diminui e a consequente circulação de receita, arrastando também a crise para o mercado de trabalho e piorando a situação para o consumidor”, disse Laércio, mostrando preocupação com o mercado de trabalho, que depende diretamente do volume de vendas.

Relacionado ao mesmo período do ano passado, o volume de vendas de Sergipe aumentou em 3.7%, sendo o segundo melhor do país, perdendo apenas para o estado de Roraima, que registrou uma surpreendente alta de 8.3% nas vendas. Somente Roraima e Sergipe registraram alta no volume de vendas em relação ao ano de 2014, mostrando que a crise financeira atingiu o país e é uma realidade em todos os estados brasileiros. O crescimento de vendas em relação ao ano passado, entretanto, não é animador, considerando a queda das vendas relacionadas a abril e a drástica última colocação nas vendas do comércio varejista.

No ano, temos um dado reconfortante para o comércio varejista sergipano, que soma 5.7% de crescimento entre os meses de janeiro e maio e 2.6% de majoração no volume durante os últimos 12 meses, entre maio de 2014 e maio de 2015, nas vendas.

Para o varejo ampliado, em comparação ao mesmo período do ano anterior, o comércio registrou a terceira posição no Brasil. Contudo, o número de -6.2% nas vendas é preocupante. Sergipe ficou atrás de Roraima e do Pará, mas a queda chegou a 21.7% no estado do Espírito Santo, que registrou a maior queda do Brasil, sofrendo com mais de um quinto de retração nas vendas.

Na região Nordeste, Sergipe conseguiu posição de destaque, sendo o único estado que obteve resultado positivo nas vendas do comércio varejista. Todos os outros estados apresentaram queda no volume calculado pelo IBGE. 

 

Foto: Lízia Martins