Secretário fala sobre os esforços para atrair novos investimentos

Por Wilma Anjos

O estado de Sergipe tenta aquecer a economia, após os efeitos negativos trazidos pela pandemia do coronavírus. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por exemplo,  toca o projeto de implementação de uma fábrica de cimento no município de Maruim. O projeto tem caminhado,  ainda que de forma mais lenta que o previsto. Segundo o secretário de estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec), José Augusto Carvalho, Sergipe tem lançado mão de políticas públicas a fim de trazer investimentos e projetos da iniciativa privada para o estado. Acompanhe a conversa com o secretário:

 

Correio de Sergipe: Secretário, como está o projeto da fábrica de cimento que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pretende construir no município de Maruim?

José Augusto Carvalho: O Governo do Estado, por meio da Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA), emitiu em 2020 a licença de instalação para a fábrica da CSN e a empresa já está autorizada a iniciar a construção do empreendimento, que deve resultar em um investimento de mais de um bilhão de reais.

O projeto tem caminhado na medida do possível. Com a pandemia, a própria CSN reduziu um pouco os encaminhamentos, mas estamos otimistas quanto a sua consolidação.

CS:  E por que Maruim?

JAC: Pela riqueza do solo daquela região, que é rico em Lavra de Calcário e Argila,  principais matérias-primas para fabricação do cimento.

CS:  Há uma estimativa da quantidade de cimento que será produzida?

JAC: De acordo com a própria empresa, quando estiver em operação, serão produzidas, por ano, cerca de 2,8 milhões de toneladas de cimento.

CS: Qual a expectativa de geração de empregos diretos e indiretos na fase de construção e início de operação da fábrica?

JAC: A expectativa é que haja a geração de 2.500 empregos diretos e 10.000 indiretos na fase de construção da fábrica. Esse número poderá ser de 500 empregos diretos e 2.000 indiretos com a conclusão da obra e início de operação.

 

CS:  O que o governo tem oferecido de atrativo para que as empresas se fixem em Sergipe, mesmo com a pandemia?

JAC: Temos trabalhado ativamente na nossa legislação. O Governo tem fortalecido a política de incentivo ao consumo do gás natural, nesse sentido, posso destacar  iniciativas como a redução e isenção do ICMS do gás para grandes consumidores e as revisões regulatórias que permitiram a criação da figura do consumidor livre.

Estamos realizando ainda estudos para a construção de um Plano Tributário para o setor de gás natural, afinal, as empresas se sentem mais seguras nos estados em que há uma legislação que lhe traga estabilidade, de forma que possam fazer investimentos de médio e longo prazos.

Além disso, o Governo de Sergipe é reconhecido pelas empresas como uma gestão séria, que não mede esforços para a atração de investimentos e onde todos os órgãos envolvidos trabalham em conjunto para concretizar as ações de atração de novos negócios. No caso da CSN, por exemplo, podemos citar iniciativas que foram tomadas em conjunto entre a Sedetec e Codise, com a Deso, Sedurbs e Adema.

 

CS:  E quais ramos o senhor aponta como grandes propulsores da economia sergipana no pós-pandemia?

JAC: Sergipe tem uma vocação para o consumo de gás natural e temos trabalhado mais ativamente na criação de um ambiente favorável e na atração das indústrias consumidoras deste insumo.

 

CS:  A Unigel Agro SE (antiga Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados – Fafen) foi reativada. Essa medida tem atendido à expectativa de geração de emprego e renda como o estado gostaria?

JAC: A Unigel Agro SE ainda está em fase de testes. Mas estamos confiantes de que quando estiver em plena operação irá, sim, atender às expectativas.

A Fafen movimenta uma grande cadeia. Além da planta em si, aquece a economia de toda a região em que está inserida, com as misturadoras, a movimentação de cargas, de restaurantes, pousadas e etc. Inclusive, temos a notícia que uma grande misturadora que estava desativada naquela região está prestes a voltar a atividade. Isso nos enche de expectativa e ainda mais otimismo sobre a geração de renda naquela região.

 

CS:  A Sedetec e a Codise visitaram a fábrica calçadista West Coast na sexta, não foi isso?

JAC:  Sim. Fomos acompanhar os processos industriais e a retomada da produção das unidades sergipanas nos moldes antes da pandemia.