Rogério Carvalho promete arrumar economia do estado

Por Wilma Anjos

No ano passado o senador Rogério Carvalho (PT) já havia anunciado sua pré-candidatura para o governo do estado. À época, o anúncio deu a impressão em alguns de que o parlamentar teria sido preterido pelo grupamento político do governador Belivaldo Chagas (PSD), mas o próprio senador faz questão de afastar o que chama de “especulações políticas” e explicou que sua candidatura é em razão de uma “construção coletiva do PT desde 2020”. Mês passado o governador Belivaldo encontrou-se com o ex-presidente da República, Lula (PT), no estado de São Paulo, e a discussão da passibilidade de dois palanques do Partidos dos Trabalhadores em Sergipe veio à baila. Os petistas sergipanos respiraram um ar de desconforto, até Rogério Carvalho encontrar com a maior liderança do Partido e garantir que somente o nome dele é que pleiteará o Executivo estadual em 2022. Na entrevista que concedeu ao jornal Correio de Sergipe (CS), Carvalho, menciona as tratativas que daria à economia do estado, enquanto gestor, citando o desejo de retomar as atividades da Petrobras por aqui. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar que no próximo dia 18 lançará uma plataforma virtual para que as pessoas auxiliem na construção de seu programa de governo. Acompanhe:

Correio de Sergipe: O senhor acredita que seu nome associado ao do ex-presidente Lula te dará chances de vitória?
Rogério Carvalho:
Lula se transformou numa ideia de esperança, não somente por ser a maior liderança popular da história do Brasil, mas também pela força do legado dos governos do PT. Eu venho de uma militância que aprendeu com o presidente Lula. Nossa parceria e amizade reforçam a vontade dos sergipanos de vencer a fome e a miséria.  Juntos, vamos reconstruir Sergipe e o Brasil.

CS: O que se tem de concreto até agora das conversas com os outros partidos do seu grupo?
RC:
Aqui em Sergipe lideramos o processo de construção da federação partidária envolvendo o PT, o PSB, o PV e o PCdoB, que está consolidado.

CS: A visita do atual governador, Belivaldo Chagas, feita a Lula, em SP, em algum momento te fez pensar em dois palanques em Sergipe?
RC:
Não. Até porque, em novembro do ano passado o próprio presidente Lula comunicou às bancadas do PT na Câmara e no Senado que não haveria palanque duplo em nenhum estado. Mas, entendo com naturalidade que Lula, como a maior liderança política do Brasil, receba pedidos de agenda de todo o país. E eu sou um incentivador do diálogo para a construção de alianças que derrotem o bolsonarismo e a extrema direita.


CS: O encontro deles poderia ser entendido como uma tentativa de enfraquecer sua pré-candidatura?
RC:
Precisamos entender que certas interpretações distorcem a verdade. Entretanto, faz parte da política especular para fortalecer ou enfraquecer alguém ou algum campo, de acordo com seus próprios interesses e preferências.

CS: O senhor e o ex-presidente já têm um próximo encontro marcado, não é isso? Para discutir o quê, dessa vez?
RC:
O presidente Lula me sinalizou sobre o interesse dele de vir a Sergipe assim que as condições sanitárias permitirem. De toda forma, mantemos uma interlocução permanente e estamos juntos neste desafio de apresentar soluções que transformem a vida dos sergipanos e de todos os brasileiros.

CS: Lançando antecipadamente sua pré-candidatura, mesmo sem o apoio do atual gestor, muitos se perguntam até hoje as razões desse afastamento do senhor da base governista.
RC:
A decisão sobre a nossa candidatura é uma construção coletiva do PT desde 2020. Eu nunca me afastei do povo de Sergipe. Como prova disso, veja a nossa atuação no Senado, especialmente para viabilizar algumas ações do governo do estado, a exemplo do Pró-Rodovias, que se tornou realidade graças à liberação de 200 milhões de Reais do Finisa, que aconteceu a partir da nossa construção política.

CS: Nas eleições de 2022 o PT apoiará outros candidatos?
RC:
O PT tem um palanque e estaremos juntos com todos os partidos que se propuserem a apoiar o nosso projeto de levar Sergipe de volta ao caminho do desenvolvimento.

CS: O nome do prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana (MDB), é o mais forte para a vaga de vice por enquanto?
RC:
Marcos Santana é meu companheiro, amigo pessoal e um excelente gestor. Como político merece todo o nosso respeito. Mas, não apoiamos especulações sobre eventuais composições da nossa chapa. Na hora certa e de acordo com os entendimentos partidários, anunciaremos o nosso time, o time de Lula.

CS: Já tem um projeto político para Sergipe? Se eleito, que áreas pretende enfatizar e por quê?
RC:
No próximo dia 18, lançaremos de forma inédita uma plataforma virtual para interação popular na construção do nosso programa de governo. Adoraríamos dar mais detalhes, mas gostaria de contar com o interesse de vocês para acompanhar este lançamento inovador, que fará história em Sergipe, assim como fizemos no passado, com o saudoso Marcelo Déda.

CS: A taxa de desemprego em Sergipe é uma das mais altas do país, segundo o IBGE. Essa é uma pauta cara aos sergipanos. Poderia nos dizer como agiria como gestor?
RC:
Já anunciamos em nossos encontros por todo o estado que desenvolver as cadeias produtivas regionais é um dos caminhos que iremos abraçar. Sem falar no compromisso que assumimos com o presidente Lula de reestruturar e de retomar as atividades da Petrobras em Sergipe, o que ajudaria a ampliar as oportunidades para os sergipanos. Cuidar do povo e gerar empregos sempre foi uma especialidade do PT, tanto que criamos 23 milhões de empregos formais em nossos governos.

CS: E para o empresariado que amargou nesses anos de pandemia, em um hipotético governo Rogério Carvalho, como auxiliá-los?
RC:
A melhor forma é colocar crédito nas mãos dos micro e pequenos empresários, que abrigam a maior parte dos trabalhadores. Com crédito para os empresários, dinheiro na mão e mais oportunidades para quem trabalha e um governo com confiança, a roda da economia gira favorável ao ciclo virtuoso do desenvolvimento. Vamos pensar Sergipe pelos olhos de todos.

CS: Gostaria de fazer suas considerações finais?
RC:
Em todos os momentos, faço questão de expressar a minha gratidão às sergipanas e aos sergipanos. É com muita honra que exerço um mandato em favor do povo, especialmente, daqueles que mais precisam. Eu acredito que podemos mais. Sergipe pode mais. Sei da confiança que existe em cada olhar que encontro nas nossas andanças por Sergipe. Eu quero ser o governador que vai transformar de forma definitiva as vidas do nosso povo. Eu quero ser o governador que vai acabar com o ciclo de miséria em nosso estado. Eu quero ser o governador que vai ajudar o Lula a devolver a dignidade de nossa gente. Eu quero ser o governador de todas as sergipanas e de todos os sergipanos.