Rejeitos de Brumadinho não chegaram ao São Francisco

Da redação, AJN1
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) emitiu nota técnica onde reafirma que os rejeitos da barragem Córrego do Feijão, da Vale, rompida no dia 25 de janeiro, em Brumadinho (MG), não chegaram aos reservatórios de Retiro Baixo e de Três Marias, no rio São Francisco. A nota foi elaborada com o objetivo de rebater o resultado do relatório produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica, veiculado semana passada e que teria constatado a contaminação.
“Até a presente data, não se observam alterações na qualidade das águas na estação de amostragem localizada a jusante da Usina Hidrelétrica (UTR) Retro Baixo, que indiquem a chegada da pluma de rejeitos neste trecho. No atual momento, não é possível afirmar sobre quando ou se a pluma chegará ao reservatório de Três Marias. Considerando o tempo de residência médio da água nos reservatórios da UHE de Retiro Baixo e Três Marias e que o desastre ocorreu há 60 dias, não houve tempo hábil para que os rejeitos tenham ultrapassados os reservatórios”, diz um trecho da nota técnica.
O Superintendente de Recursos Hídricos de Sergipe, e coordenador da Câmara Técnica de Articulação Institucional do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Aílton Rocha, já havia esclarecido ao portal AJN1 que a veiculação do relatório do SOS Mata Atlântica era temerário e que não havia nenhuma afirmação oficial do governo sobre a contaminação da água. “A notícia da contaminação à jusante da usina de Retiro-Baixo ainda não foi comprovada. Continuamos atentos”, pondera o professor.
Tragédia
No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, matando, até agora, 210 pessoas, além de contaminar o rio Paraopeba, um dos afluentes do rio São Francisco. A lama devastou a área administrativa da Vale, além do refeitório, onde muitos trabalhadores almoçavam na hora do rompimento.