Publicitária de SE ganha prêmio Grand Prix em Festival de Cannes

Por Wilma Anjos

A sergipana Catharina Mendonça, publicitária formada pela Unit, conquistou o Grand Prix (Grande Prêmio) no Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade de 2021. Primeira sergipana e primeira redatora sem cargo de liderança a conquistar a premiação, Catharina teve seu talento reconhecido na última edição do evento, que ocorreu entre 21 e 25 de junho último. Nessa breve entrevista, ela fala, entre outras coisas, sobre o significado dessa premiação, sobre o processo de criação e seus próximos passos. Ela trabalha como redatora em uma agência em São Paulo e venceu o prêmio em Entertainment Lions for Music, pelo trabalho ‘Feed Parade’, que se refere à parada LGBTQIA+ no instagram em 2020. Ano passado, a parada não podia ser realizada nas ruas por conta da pandemia, daí surgiu a ideia para a campanha, que foi ao ar no meio digital no mesmo dia em que aconteceria a Parada LGBTQIA+ de São Paulo em 2020. Ela conta que a campanha vencedora é resultado do trabalho de uma super equipe. A seguir você fica conhecendo um pouco sobre Catharina Mendonça:

Correio de Sergipe – Com certeza você está imensamente feliz pelo reconhecimento do mais importante Prêmio da Publicidade mundial. Mas como está sua rotina agora? Já está envolvida em outro projeto ou saiu de férias depois disso?

Catharina Mendonça – Claro que o reconhecimento é muito legal, tenho recebido parabéns de várias pessoas e sendo super reconhecida pelo meu trabalho. Mas a rotina segue a mesma, sigo trabalhando em outros projetos para outros clientes.

 

CS –  Como surgiu a ideia do “Feed Parade”?

CM – A ideia surgiu de um pedido do cliente para fazer uma campanha que celebrasse o orgulho da comunidade LGBTQIA+. Por causa da pandemia, no ano passado a Parada LGBTQIA+ não podia acontecer presencialmente e o nosso trabalho veio para minimizar o impacto nisso para as pessoas que precisam desse evento para celebrar o amor e a liberdade.

 

CS –  A iniciativa para inscrevê-lo no Festival partiu de você ou foi desejo comum da equipe?

CM – É uma prática comum das agências de publicidade brasileiras inscreverem seus melhores trabalhos nos festivais internacionais.

 

CS – Aliás, quantas pessoas havia na sua equipe e qual seu papel nela?

CM – A equipe era muito grande e formada por várias pessoas dispostas a levantar a campanha no tempo reduzido que tínhamos para executá-la. Entre 30 e 40 pessoas, eu acredito. Eu fazia parte do time de criação, na parte de redação.

 

CS – Soube que você foi a primeira redatora sem cargo de liderança a ganhar um Grand Prix [Grande Prêmio]. Pode nos explicar a dimensão dessa façanha?

CM – A importância disso é mostrar como ainda faltam mulheres em cargos de criação nas agências de publicidade. Mas essa realidade está mudando aos poucos. Ainda dá pra contar nos dedos as criativas envolvidas em projetos que chegaram a ganhar um Grand Prix no Brasil e ser uma dessas primeiras me deixa muito feliz e esperançosa de que tantas outras vêm por aí.

 

CS – Sabe informar se você é a primeira sergipana a vencer o Festival Internacional de Criatividade?

CM – Primeira mulher, sim. Primeira a ganhar um Grand Prix, também. Mas Sergipe é um estado que “exporta” muitos criativos maravilhosos que já ganharam prêmios muito relevantes no Festival de Cannes também. Posso citar o meu irmão, Erick Mendonça. E os meus amigos Gabriel Sotero, Ayslan Monteiro, Felipe Duarte e Victor Castelo.

 

CS – Foi sua primeira vez numa premiação dessa magnitude?

CM – Sim! Foi a primeira vez.

 

CS – Você recebeu o prêmio presencialmente?

CM – Não. Por causa da pandemia, esse ano o evento de premiação foi online.

 

CS –  Depois do prêmio, permanecerá no Brasil ou vê nele a oportunidade de ganhar o mundo?

CM – Ainda não surgiu nenhuma conversa ou proposta para morar fora, mas nunca se sabe, né?

 

CS – Publicidade e Propaganda sempre foi seu projeto de vida ou você se descobriu por acaso?

CM – Eu descobri muito nova o que queria fazer e sempre tive meus objetivos bem claros. Esse prêmio é resultado de um projeto de anos, da dedicação de uma carreira inteira procurando fazer o melhor e lidando com momentos bons e ruins na profissão.

 

CS – Fale-nos um pouco de você: onde morava em Sergipe, qual sua idade, suas especializações (se tiver), onde mora em São Paulo, mora sozinha ou acompanhada?

CM – Eu tenho 26 anos, me formei em 2017 pela Universidade Tiradentes. Foi nesse ano também que me mudei para São Paulo, depois de morar a vida inteira em Aracaju. Hoje, moro com meu namorado em São Paulo, mas visito bastante a minha família em Sergipe.

CS – Quando não está criando, o que costuma fazer para se divertir?

CM – Eu sou aquela pessoa chata que sempre está criando (risos). Mas também leio bastante, vejo séries, acompanho o futebol brasileiro e estou sempre conectada em todas as redes sociais possíveis.