Protestos em frente à AL marcam Dia do Servidor Público em Sergipe

Joângelo Custódio, da redação AJN1

 

“Descomemoração”. Essa palavra ainda não existe no dicionário da língua portuguesa, mas foi veementemente usada pelos servidores públicos estaduais em alusão ao Dia do Servidor, que seria celebrado de forma mais lépida nesta quarta-feira (28), não fosse o manifesto unificado por diversas representações sindicais, que ergueram cartazes, se vestiram de insatisfação e foram para a porta da Assembleia Legislativa pressionar os deputados para que intercedam e cobrem do governo do Estado, a efetivação da extensa pauta de reivindicação que pode ser sintetizada em reajuste salarial e implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV). 

 

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), o servidor do Estado não tem o que celebrar. “Ao invés de comemorarmos a data, temos que protestar. O servidor público do Estado já viveu outros momentos ruins, mas nenhum se compara a este. Antigamente, tínhamos problema com reajuste salarial, mas havia perspectiva de resolver o problema e hoje não há. Para completar, o Governo acena a possibilidade de parcelar os salários até o final do ano. Então, vamos comemorar o quê? São só perdas”, afirmou, com ar de lamentação.

 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), Augusto Couto, disse que o governo precisa olhar mais para o servidor. “Temos que protestar porque precisamos de melhorias. Não tivemos PCCV implementado e nem reajuste salarial. O Governo precisa ter um olhar diferenciado para o servidor. Os sindicatos vêm lutando, mas sem muito sucesso. Tudo isso desestimula o servidor público”, destaca indignado.

 

A classe dos professores também esteve presente ao ato. Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Sergipe (Sintese/SE), Ângela Melo, os servidores como um todo estão desvalorizados, principalmente os docentes, que têm uma série de problemas com o Estado. “Não há motivos para festejar. A carreira dos professores vem sendo quebrada nos últimos anos. O Dia do Servidor, ao invés de ser celebrado, virou um dia de luta, protesto e cobranças”, enfatizou.

 

Governo

 

Quanto ao parcelamento dos salários, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Fazenda de Sergipe (Sefaz) confirmou que, de fato, há a possibilidade de as remunerações dos servidores serem parceladas até o final deste ano.

 

A afirmação governamental vem a calhar principalmente depois que o Tribunal de Justiça determinou que o Estado não utilize os depósitos judiciais para pagamento da folha até que se cumpra uma série de exigências. 

 

Na última segunda-feira (26), o governador em exercício, Belivaldo Chagas, disse que a imposição judicial vai acarretar, inevitavelmente, no parcelamento do pagamento dos servidores. "Significa dizer que, mais uma vez, vamos ter que parcelar, porque quando surge esse impasse a gente tem que parar para resolver e tentar cassar a liminar”.