Problemas ortodônticos atingem a maioria das crianças brasileiras
Alterações oclusais nas crianças são mais frequentes do que se pensa. Cerca de 85% dos brasileiros entre seis e dez anos apresentam má oclusão, que é o mau encaixe da arcada dentária.
Os dados são de uma pesquisa nacional feita em dezoito estados e no Distrito Federal pela Associação Brasileira de Ortodontia em 2010. Na época, constatou-se também que 60% dos casos poderiam ser corrigidos precocemente.
A alta prevalência de distúrbios relacionados à ortodontia nas crianças pode ser a porta de entrada para outros problemas na saúde bucal infantil, como a ocorrência de cáries, perda precoce da dentição, desgaste e sensibilidade dos dentes, entre outros.
Os pais ou responsáveis devem ficar atentos à saúde bucal das crianças e levá-las ao dentista desde o nascimento do primeiro dente, por volta dos seis meses de vida do bebê.
Atualmente, clínicas populares, a implementação do Programa Brasil Sorridente, do Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos odontológicos, facilitam o acesso aos especialistas brasileiros.
O que é má oclusão?
O posicionamento correto dos dentes, determinado pela evolução do homem há milhares de anos, permite que eles executem funções como morder, mastigar e ajudar na fala e deglutição.
Em condições normais, o arco dentário superior é maior e encobre ligeiramente o inferior. Quando esse posicionamento foge aos parâmetros, é o caso de uma má oclusão dental.
A correção do alinhamento anormal dos dentes nas crianças é feito para evitar que o problema se acentue no futuro, e também para melhorar a aparência. Em certos casos, a correção também vai auxiliar na melhora da fala e da mastigação.
Para a maioria dos pacientes, o tratamento é feito com o uso de aparelhos ou alinhadores dentários, sempre com acompanhamento do dentista.
As crianças costumam responder muito bem ao tratamento e o ortodontista consegue mais facilmente o formato e o alinhamento dos maxilares e dos dentes, o que minimiza o período do tratamento.
Em alguns casos, pode ser necessário, ainda, remover dentes ou colocar um mantenedor para criar espaço ou tensão para a movimentação. Uma cirurgia ortognática, para alterar o posicionamento dos ossos da face, pode ser recomendada em casos mais graves.
Sinais da má oclusão
Ainda na infância, enquanto os pequenos têm os dentes de leite, pais e responsáveis podem perceber alguns sinais de que as crianças precisam de uma visita ao dentista para conferir como está a oclusão dental. São eles:
Maus hábitos
Embora o hábito de chupar chupeta ou o próprio dedo seja pacificador, é importante que ele não se prolongue para além dos três anos de idade, para evitar a mordida aberta anterior, que é quando os dentes anteriores superiores não tocam os inferiores.
O uso prolongado da chupeta também pode comprometer o tônus muscular da face, o que acarreta em problemas na hora de mastigar e deglutir os alimentos.
Além disso, as crianças que chupam o dedo ou empurram a língua contra os dentes da frente podem fazer com que eles se projetem, aumentando a distância natural da oclusão.
Respiração bucal
Quando o osso maxilar fica muito à frente da mandíbula devido a alterações no esqueleto, a criança não consegue manter a boca fechada.
Se ela passa muito tempo com a boca aberta, inclusive enquanto dorme, pode ser um caso de má oclusão – e também pode indicar alguma dificuldade respiratória.
Pouco espaço entre os dentes de leite
Quando os dentes decíduos (de leite) começam a nascer, é normal e esperado que eles não sejam tão próximos uns dos outros quanto os permanentes.
Os dentes permanentes são maiores que os decíduos e precisarão de mais espaço. Se não houver correspondência entre o tamanho da mandíbula e dos dentes, ocorrerá uma má oclusão que deixará os dentes tortos.
Mordida cruzada
A mordida cruzada é um tipo de má oclusão. Ela ocorre quando os dentes inferiores cobrem um ou mais dentes superiores, seja na parte da frente ou na de trás.
Esse desalinhamento facilita o ato de morder e mastigar. No entanto, ele desgasta o esmalte e favorece dentes trincados ou quebrados.
Os problemas ortodônticos podem ser devidamente tratados com a ajuda de um profissional de odontologia, independente da idade do paciente. Porém, quanto antes receberem cuidados, melhor, e é por isso que é preciso estar atento à formação dentária das crianças.
Fonte: Assessoria de Imprensa