Presídio semiaberto volta a funcionar em 2019
Sem existência de um presídio semiaberto em funcionamento desde 2013, o sistema prisional sergipano voltará a ter uma unidade do tipo a partir de 2019. A ordem de serviço para a construção da unidade no município de
Areia Branca foi assinada nesta quarta-feira, 17, cuja obra será iniciada na próxima semana, com prazo de conclusão para março do ano que vem.
A obra deve custar cerca de R$ 36 milhões, com recursos do Fundo Penitenciário Nacional e do Estado de Sergipe. A unidade terá capacidade para 632 presos do sexo masculino e um módulo exclusivo para tratamento
de dependentes químicos. A obra é assinada um dia após a visita da ministra Cármem Lúcia, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ao Estado. Na ocasião, ela cobrou
providências para desafogar o sistema prisional sergipano, que encontra- se superlotado.
“Estamos cumprindo uma obrigação do Estado e uma obrigação diante do compromisso assumido com o Poder Judiciário, Ministério Público, OAB, sociedade sergipana. Nós conseguimos descontingenciar recursos na ordem
de 40 milhões de reais, dos quais 36 milhões serão aplicados nessa obra. O Estado tem a sensação do dever cumprido. A não existência do semiaberto significa que o preso ainda não cumpriu a pena e é colocado de forma
totalmente livre. O Estado está preenchendo essa lacuna”, afirmou o governador Jackson Barreto, ressaltando também a nova unidade para o menor infrator, que está com 70% da obra concluída.
Demolição
O governo diz também que parte dos recursos custeará despesas com demolição das edificações da antiga Penitenciária Estadual de Areia Branca, desativada pela Justiça. O novo presídio será construído no mesmo
terreno onde funcionava a antiga Penitenciária. De acordo com a Secretaria de Justiça (Sejuc), tão logo a obra seja concluída, prevista para março de 2019 as pessoas do regime semiaberto serão encaminhadas ao
presídio.
Detalhes
A unidade terá 15.902,85 m² de área construída, numa área total de 43.005,28 m². Serão quatro módulos de vivência (dois sêxtuplos e dois duplos), módulo de tratamento para dependentes químicos com 13 leitos,
módulo de ensino com oito salas e auditório, módulo de saúde com quatro celas e oito leitos, consultórios médico e odontológico, laboratório, módulo de guarda externa, módulo de recepção e revista de visitantes,
oficina para trabalho, alojamento para funcionários, lavanderia, cozinha, refeitórios e estacionamento.
Parte do terreno abriga a Cadeia Pública de Areia Branca, inaugurada em março de 2017 para 390 vagas, com investimento de R$ 10,8 milhões feito pelo Ministério da Justiça, em contrapartida do Estado, e mais R$ 3
milhões na obra de acesso à Cadeia, que também servirá para o semiaberto. O governo afirma que “a centralização das unidades prisionais em uma mesma área otimiza a gestão prisional, com custos menores, configurando-
se o conceito de complexo prisional”.