No Paraguai, ato contra má gestão da pandemia termina com um morto; presidente pede que ministros ponham cargos à disposição
Manifestantes e policiais entraram em confronto em Assunção, capital do Paraguai, na noite de sexta-feira (5), depois de um protesto contra a forma como o governo tem gerenciado a pandemia de Covid-19. Ao menos uma pessoa morreu e 20 ficaram feridas.
Participantes do ato também reivindicaram a renúncia do presidente Mario Abdo Benítez, que é acusado de fazer uma gestão desastrosa diante do colapso. Neste sábado (6), ele pediu aos ministros que coloquem os cargos à disposição.
O ministro de Saúde do país renunciou pouco antes do protesto, que reuniu cerca de 5 mil pessoas, de acordo com dados do jornal local “ABC Color”. O presidente Benítez nomeou Julio Borba como chefe da pasta e afirmou que começaria a buscar remédios imediatamente.
Também neste sábado, um dos ministros do governo anunciou que o presidente ouviu as demandas dos manifestantes e vai fazer mudanças na administração.
Em Cidade do Leste, praticamente todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria estão ocupados. Paraguaios e brasileiros que vivem no país vizinho estão cruzando a fronteira para tentar buscar atendimento em Foz do Iguaçu (PR), que também está com as UTIs lotadas.
As infecções por coronavírus no Paraguai atingiram níveis recorde. Os hospitais estão perto do colapso. Nos últimos sete dias, a taxa de infecção no Paraguai ficou em cerca de 115 por 100 mil habitantes. O país vacinou menos de 0,1% de sua população.
Os protestos de sexta
Nos protestos desta sexta, a polícia fez disparos com balas de borracha e usou bombas de gás nos manifestantes ao redor do prédio do Congresso do país.
As pessoas que participavam do ato responderam com pedras, barricadas com fogo nas ruas e quebraram algumas das barreiras de segurança.
Ao menos uma pessoa morreu e 18 ficaram feridas, de acordo com a imprensa paraguaia.