Laércio Oliveira comemora forte retomada de atividade empresarial

Por Wilma Anjos
O deputado federal Laércio Oliveira entra agora em 2022 no seu quarto e último ano na presidência da Fecomércio-SE. Esta foi a segunda vez que o parlamentar ficou à frente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe, reeleito para o cargo em 2018 – quadriênio 2018-2022. Em conversa com o jornal Correio de Sergipe (CS), o também parlamentar e empresário falou do atual cenário econômico do estado, passada a pior fase da pandemia da Covid-19. Ele também comentou sobre as novas unidades do Sesc e Senac que serão inauguradas no interior e assegura que o momento para os empresários é de investimento nos negócios, já que considera que a atividade estão voltando a funcionar com força. Confira o resultado desta conversa:
Correio de Sergipe: Você considera bom o índice de contratação de mão de obra para este final de ano?
Laércio Oliveira: Os postos de trabalho com carteira assinada têm sido recuperados após os problemas decorrentes da pandemia. Já são mais de 12 mil novos empregos entre janeiro e outubro, o que é um dado muito bom. Neste final de ano, as contratações de trabalhadores temporários para o comércio também foi muito boa. Os setores de comércio e serviços estão liderando a recuperação dos empregos no estado e mantém esse ritmo neste final de ano, sendo responsáveis por metade dos novos empregos dos trabalhadores sergipanos.
CS: E como a Fecomércio auxiliou na superação das adversidades impostas pela pandemia?
LO: Trabalhamos muito para dar apoio aos empresários quando a pandemia colocou todos os negócios em risco. Nossa equipe de especialistas trabalhou muito para criar ferramentas de apoio aos empresários, como a criação da Central de Atendimento ao Empresário. Fizemos diversos estudos para orientar os empresários a melhor maneira de tocar a atividade sem prejuízos graves, elaboramos um plano de considerações para a retomada da atividade econômica, além de buscar oportunidades para as empresas, principalmente em linhas de crédito com bancos parceiros, para ajudar as empresas a ganharem fôlego. Além de estimular os empreendedores a lançarem seus negócios no mercado virtual, ajudando a diminuir os problemas decorrentes da pandemia.
CS: Quais foram exatamente as dificuldades que o comércio de Sergipe enfrentou nessa época?
LO: Foram muitas. Algumas empresas não resistiram e fecharam, principalmente as de menor porte. Houve, mesmo com as medidas tomadas pelo Governo Federal, um indicador de desemprego muito alto para os seis primeiros meses de avanço da Covid-19. Contudo, à medida em que as atividades econômicas foram retomadas, melhoraram as vendas do comércio, e consequentemente recuperamos empregos para as pessoas.
CS: Sergipe resistiu bem a mais um ano dessa crise pandêmica, que foi este 2021?
LO: Nenhuma economia no mundo resiste a mais um ano de pandemia. Infelizmente, os danos da Covid-19 ainda são sensíveis e latentes nas empresas. Mas não somente nelas. As famílias também sofreram muito com isso, devido aos parentes perdidos, internados, muita gente morreu e isso é o mais triste disso tudo. A morte das pessoas também influi na economia, pois muitas famílias perderam seu esteio de sustentação e isso é o que mais dói de ver. Já o estado como um todo, não tem condição de suportar novos fechamentos de lojas, interrupção de trabalhos, nem paralisação de atividade econômica. Conseguimos sobreviver à pandemia, sim, mas foram muitas dificuldades para atravessar esse período duro.
CS: A diminuição dos casos de Covid-19 ajudará as empresas a manterem o foco nos investimentos e manutenção dos empregos?
LO: O avanço da vacinação, aliado às medidas que devemos tomar como cautela para evitar a transmissão da Covid-19, são fundamentais para que voltemos à vida normal. Com a queda nos casos, conforme fazíamos nossas estimativas técnicas, a atividade empresarial voltou a funcionar com força. Tanto que o comércio e os serviços apontaram fortes altas de vendas durante um bom tempo. O momento para os empresários é de investimento nos negócios, renovação de estoques, ampliação de quadro funcional, entre vários outros fatores que estão estimulando nossa economia.
CS: Sergipe está voltando a reaquecer a economia?
LO: A economia do estado está em processo de aceleração, tal qual o comércio. Houve um crescimento muito forte nos últimos meses e agora aponta níveis de estabilidade. Para o final deste ano, creio que ainda teremos uma maior elevação no volume de vendas das lojas do comércio e isso vai manter a economia do estado aquecida.
CS: Num curto prazo, o que pode ser feito para melhorar?
LO: Investimentos. É necessário investir, para que esses recursos retroalimentem a economia como um todo, na forma de salários, contratações e novas vendas para o comércio. Investimentos públicos, privados, pessoais. Todos se fortalecem quando se investe no estado.
CS: A alta de insumos como energia e combustível refletiram como na nossa economia?
LO: Os dois maiores puxadores da inflação são combustíveis e energia elétrica. Gasolina aumentou quase 70% este ano e energia também subiu muito, cerca de 32% no preço para o consumidor. Como tudo no comércio depende de energia e transportes, esses dois insumos puxaram para cima os preços de muitos itens e isso, infelizmente, se reflete na renda das famílias, porque o dinheiro está perdendo seu poder de compra.
CS: E o que o comércio tem feito para contornar essa situação?
LO: Os empresários do comércio têm sido grandes lutadores nesse momento, porque estão comprando seus produtos com preços muito mais altos que os praticados no ano passado, mas estão mantendo os preços de venda compatíveis para as pessoas. O consumidor não pode ser penalizado por isso, porque é o principal elo da cadeia produtiva. É o consumidor quem mantém os negócios vivos. A inflação é decorrente da pandemia, tendo nela um dos seus fatores. Mas o custo dos produtos também tem elevado muito, principalmente aqueles que não são fabricados no Brasil.
CS: Quais projetos foram desenvolvidos até aqui na presidência da Fecomércio?
LO: Fizemos vários projetos se tornarem realidade, principalmente em obras. Construímos o Hotel Sesc Atalaia, construímos também a maior escola profissionalizante do interior de Sergipe, o Senac de Nossa Senhora da Glória, vamos inaugurar o Sesc de Itabaiana no próximo mês, reformamos várias das nossas unidades de Sesc e Senac na capital e interior, modernizamos a Escola Sesc Aracaju, que se tornou uma das maiores escolas do Sesc do Brasil. O Senac do Centro está em fase final da construção de dois prédios novos, sendo um deles a maior escola de gastronomia de Sergipe, além do Sesc Siqueira Campos, que estamos fazendo uma grande reforma (creche para filhos de trabalhadoras do comércio e piscina aquecida para atividades físicas para as pessoas da terceira idade) e a nova unidade Sesc Comércio Raymundo Juliano, no coração de Aracaju. Também inauguramos a Galeria de Artes do Sesc, que leva o nome do artista sergipano Véio e vamos construir o Teatro Sesc na Orla da Atalaia, ampliando os espaços culturais do Sesc. Aliado a isso, interiorizamos as ações de Sesc, Senac e Fecomércio, indo para praticamente todas as cidades do interior com nossas unidades móveis OdontoSesc e Sesc Saúde Mulher, além das Carretas-Escola do Senac, que têm levado qualidade de vida, saúde e oportunidade de qualificação profissional para o povo no interior.
CS: Ainda tem projetos de novas unidades do sistema no interior do estado. Em que pé estão?
LO: Projetos em andamento e realizações acontecendo. Somente neste ano tivemos uma temporada de inaugurações de novas unidades e ainda vamos inaugurar até fevereiro o Sesc de Itabaiana, o Senac de Itabaiana, reformamos o Senac de Lagarto para transformar em uma unidade mais moderna e com ampliação da capacidade de atendimento, o Senac de Tobias Barreto também foi ampliado, o Sesc de Socorro, inauguramos o Senac de Propriá, e a obra que considero mais importante, o Senac de Glória, pelo impacto social que promove na vida de mais de 230 mil pessoas daquela região.
CS: O que efetivamente foi feito pela representatividade empresarial?
LO: A representatividade empresarial é algo que defendo todos os dias, lutando não somente como presidente da Fecomércio, mas também como deputado federal. Trabalhar ações, projetos, convênios, realizações para a classe empresarial é importante e a representatividade dos empresários tem que ser vista pelas pessoas. Porque é fundamental que as pessoas saibam da importância do empresariado como principal força motriz da economia. Todos os dias tenho feito isso na Fecomércio e em meu mandato.