Há 111 dias em greve, servidores da UFS devem intensificar paralisação
Os técnicos administrativos em educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão em greve há 111 dias, a segunda maior da história da UFS. Nesta quarta-feira (16), os servidores reuniram-se em assembleia para definir as diretrizes após anúncio do Governo Federal do pacote de medidas que objetiva diminuir os gastos públicos em R$ 20 bilhões.
A Assembleia aconteceu nos corredores e hall da reitoria da universidade. Lá, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs), Lucas Gama, disse que as medidas pioram as condições de vida dos trabalhadores, os verdadeiros penalizados com a crise.
“Entre as medidas anunciadas, a suspensão de novos concursos e o fim do Abono de Permanência irão ocasionar uma precarização ainda maior no serviço público federal, uma vez que postos de trabalho serão encerrados e, além da diminuição da força de trabalho, o avanço da nociva terceirização irá continuar como tônica desse governo”, expôs.
Outra medida que causou bastante desconforto e indignação na categoria foi o congelamento de qualquer reajuste até agosto de 2016, em oposição à perspectiva de reajuste em janeiro do ano que vem, conforme estava sendo negociado entre o Comando Nacional de Greve (CLG)/FASUBRA e representantes dos Ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
"Se antes já tínhamos um reajuste extremamente rebaixado, que sequer repunha as perdas salarias diante da inflação dos últimos quatro anos de salários congelados, agora, com essa suspensão, somos ainda mais desrespeitados", explica Lucas.
O sindicalista disse que vai intensificar ainda mais a luta. "Precisamos continuar forte e unidos, somando forças com as demais categorias do funcionalismo público, para realizar mais atos internos e atos públicos de rua para mostrar que não vamos esmorecer na defesa de nossos direitos", defende.
Ações
Como propostas de encaminhamento, foi aprovada a ida de uma caravana de TAEs da UFS a São Paulo para compor a Marcha Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras, que acontecerá na sexta, dia 18.
Também foi aprovada a construção de um ato público em conjunto com colegas do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e demais categorias do funcionalismo público federal para a próxima quarta, dia 23.
Deverá ser encaminhada ao CNG a proposta de compor uma nova Marcha Nacional dos TAEs em Brasília, para pressionar o Governo Federal a retomar as negociações e respeitar os encaminhamentos da negociação que foi interrompida com o anúncio das medidas dessa semana.