Flanelinhas fazem manifestação contra estacionamento rotativo em Aracaju
Da redação, AJN1
Alegando perder o pão de cada dia com a implantação do novo serviço de estacionamento rotativo, os flanelinhas realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (16), na região dos mercados da capital sergipana. Eles bloquearam a passagem de ônibus e seguiram em passeata até à sede da Câmara Municipal de Vereadores com o objetivo de conseguir apoio dos parlamentares para buscar uma solução em que a categoria não saia em prejuízo.
“Não vamos mais ganhar nosso dinheiro. Tem 27 anos que trabalho guardando e lavando carros. Sustento minha família assim, como os outros colegas. E agora não teremos mais como sobreviver”, conta Adelmo Santos, representante dos flanelinhas.
Ele disse ainda que a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) garantiu que a empresa responsável pelo estacionamento rotativo aproveitaria alguns flanelinhas, mas isso não ocorreu.
“Havia a promessa de aproveitar a gente. Mas até agora nada. Antes, com o parquímetro, a gente pegava o ticket na máquina, pagava e o cliente pagava a gente. Agora, com essa história de modernizar, cada um vai fazer no seu telefone e a gente como fica?”, reclama Adelmo que também diz que não poderão mais lavar os carros quando estiverem nas vagas rotativas. “Ficamos sabendo da SMTT que a gente também não vai mais lavar os carros nas vagas, agora porque não sei, até porque é um espaço público”, completa.
Segundo Adelmo, se a categoria não obter resposta dos vereadores, haverá uma manifestação graúda nos próximos dias. “Temos mais de sete mil flanelinhas em Aracaju cadastrados e temos que sobreviver. Então, se não tiver resposta, vamos fazer uma manifestação de forma pacífica: fechar ruas para protestar contra esse estacionamento rotativo, porque queremos trabalhar”, assegura.
SMTT
A assessoria de comunicação da SMTT informou que não houve promessa por parte do órgão em relação ao aproveitamento dos flanelinhas. De acordo com o assessor, a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) oferece cursos de qualificação, e como a profissão de flanelinha não é legalizada, houve o incentivo por parte da Prefeitura para que os guardadores e lavadores de carro fizessem os cursos, mas a procura foi ínfima.
Fotos: Lindivaldo Ribeiro/CS