Ex-diretora da escola estadual Lourival Fontes fala da rotina após agressões

Por Ivo Jeremias, AJN1

 

A professora Carla Valéria falou à rede Jornal de Comunicação, na manhã desta quarta-feira (5), como tem sido sua rotina após as agressões que sofreu na escola estadual Senador Lourival Fontes, localizada na zona norte de Aracaju, no dia 2 de julho deste ano. Ela era diretora da escola quando foi agredida por um aluno de 16 anos de idade, após puni-lo por indisciplina. Logo após o incidente, Carla renunciou ao cargo. Um dia antes das agressões, estudantes explodiram um vaso sanitário de um dos banheiros da unidade de ensino. 

 

Nesta terça-feira (4), foi realizada uma audiência relativa ao caso, na 17ª vara Cível da Infância e da Juventude da Comarca de Aracaju. De acordo com informações da vara, a decisão deve sair nos próximos dias.
 

“Eu vivo com ele ( o agressor) o tempo todo na minha mente, eu tomo medicamentos para dormir, não tenho como esquecer aquela cena absurda, cena da morte. Estou fazendo acompanhamento psicológico junto a meus filhos. Para quem era uma pessoa feliz, hoje só me restou o meu medo, não desejo isso a ninguém. Ontem falei para a psicóloga que já estou sem aguentar, só sabe quem passa. Não leva os meus filhos ao colégio, eu não posso mais dirigir, não posso mais ficar com a porta aberta que sinto medo”, disse Carla Valéria.  

 

Questionada se a Secretaria de Estadual de Educação (Seed) ou o governo do estado estariam prestando algum apoio psicológico ou no pagamento dos honorários, a ex-diretora respondeu de forma breve que não.
 

“Não estou recebendo nenhum apoio. A secretaria de estado da educação não está dando nenhum apoio nem o governo. Só tive um acompanhamento psicológico oferecido pela Seed por 15 dias. Apenas peguei um atestado de 90 dias de licenciamento”.  

 

Seed

 

A coordenadora do Núcleo de Prevenção a Violência(NPV) da Seed, Josevanda Franco, rebateu as afirmações feita pela ex-diretora da escola estadual Senador Lourival Fontes. Segundo a coordenadora, a secretaria de educação tem apoiado Carla Valéria desde o dia em que ocorreu a agressão.

 

“Nós fizemos todos os encaminhamentos, nossa psicóloga Helen Rose, que é do quadro da secretaria, tem feito visitas a casa da professora Carla Valéria, inclusive tem uma visita agendada para amanhã. Nós estamos dando apoio institucional, ela continua afastada, nossa psicóloga fez um relatório recentemente pedindo para que ela continue licenciada.  No dia em que ela sofreu a agressão, eu a acompanhei até o hospital e à delegacia. Ainda depois, um de nossos assessores a acompanhou até o IML onde foi realizado exame de corpo de delito. Tudo que está ao nosso alcance foi e está sendo feito”.