Ex-corretora de imóveis em Aracaju faz sucesso no mesmo ramo nos EUA

Por Cláudia Lemos
O sonho americano continua no imaginário de muitos e muitos brasileiros. Não à toa, os Estados Unidos é um dos principais destinos dos brasileiros que vivem no exterior. Seja por um amor, segurança, qualidade de vida, oportunidade de emprego ou para se aperfeiçoar em outro idioma. Nossa entrevistada da semana é Delá Pozo. Nascida em Recife (PE), ela mudou com a família para Aracaju ainda criança. Há 15 anos ela vive nos Estados Unidos, em Jacksonville, na Flórida, onde trilha uma carreira de sucesso no mercado imobiliário. Ela conta que começou no ramo de imóveis quando ainda morava em Aracaju, onde trabalhou na Habilar. Diz que sempre teve vontade de morar nos EUA e o fato de possuir parentes residindo em solo americano, como cidadãos americanos, contribuiu para a obtenção se seu Green Card e para sua adaptação em um novo país. A decisão final de mudar de país aconteceu quando ela se apaixonou por um americano (com quem casou), durante uma viagem aos EUA que ganhou da mãe. Hoje ela já formou sua própria família nos Estados Unidos. Para quem deseja trilhar seus passos rumo à América, Delá aconselha que sejam estudadas todas as opções de obtenção de visto. Um advogado de imigração pode ajudar nesse processo. Nada de entrar no país ilegalmente. Perseverança, garra, disposição para o trabalho e inovação não elementos que até hoje fazem parte do dia a dia de Delá. Ela conta que 85% de sua clientela é formada por brasileiros. Diz ainda que a pandemia não afetou negativamente o mercado imobiliário nos Estado Unidos, pelo contrário, uma vez que a queda da taxa de juros fez crescer bastante a procura por imóveis, o que fez de 2020 seu melhor ano de corretagem. Quer saber mais, confira a entrevista com Delá Pozo a seguir:
Correio de Sergipe -Quem é Delá Pozo?
Delá Pozo – Nasci em Recife (PE) e vivi boa parte de minha vida em Aracaju (SE). Sou graduada em Turismo pela Universidade Tiradentes (UNIT), porém atuo hoje no mercado imobiliário na cidade de Jacksonville, localizada no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Além de corretora, eu também sou investidora de imóveis, ou seja, possuo algumas propriedades alugadas e as reformo e administro. A minha atuação nessa área não começou nos Estados Unidos, mas sim em Aracaju quando trabalhei na Habilar. Além do meu trabalho, as minhas maiores paixões são minha família, ajudar ao próximo e viajar para conhecer gente e novas culturas.
CS -Por que a decisão de trocar o Brasil pelos Estados Unidos?
Delá – Eu sempre tive vontade de morar nos Estados Unidos, especialmente por conta da segurança e da qualidade de vida que o País oferece. Além disso, eu tenho parentes que residem nos Estados Unidos e são cidadãos americanos, facilitando tanto na adaptação quanto na conquista do Green Card. Mas a minha ida definitiva ocorreu após a graduação quando minha mãe me presenteou com uma viagem para os Estados Unidos com o objetivo de que eu aprimorasse o inglês. Lá, eu conheci o meu marido Jorge Pozo e, apesar de gostar muito do Brasil, acabei formando minha própria família aqui.
CS -Há quantos anos você reside nos Estados Unidos?
Delá – Eu moro há 15 anos nos Estados Unidos.
CS -Como foi a preparação para a mudança de país. Quais os passos para quem decidir fazer o mesmo?
Delá – Como disse antes, eu, desde criança, me identifiquei com a cultura norte-americana por meio dos filmes que assistia. Aos que, como eu, almejam morar nos Estados Unidos, a pessoa deve primeiramente estudar todas as opções de obtenção de visto e/ou de como morar legalmente, pois é um risco muito grande viver aqui de forma ilegal e as condições de moradia não são positivas. Bem, eu sugiro que a pessoa consulte antes um advogado de imigração.
CS -Como uma carreira promissora como corretora na Habilar, em Aracaju, a ajudou a exercer a mesma atividade nos EUA. Quais as maiores semelhanças e diferenças entre o mercado imobiliário do Brasil e dos EUA?
Delá – Apesar de ter me formado em Turismo, a minha paixão sempre foi o mercado imobiliário! Eu comecei a trabalhar na Habilar aos 19 anos, mas a vontade de morar nos Estados Unidos era maior. Felizmente, eu consegui conciliar essas duas paixões em minha vida!
O mercado imobiliário nos Estados Unidos é muito diferente do Brasil e, para mim, a maior diferença é que todo corretor tem acesso a todas as casas cadastradas através de um cadeado eletrônico, onde guarda a chave, geralmente pendurado na porta e é aberto através de bluetooth. Além disso, é preciso sempre antes marcar um horário de visitação porque grande parte dos imóveis estão ocupados. Durante este período de visitação, o vendedor sai do local para que o corretor possa mostrar o imóvel tranquilamente. Outra coisa, aqui nós podemos vender qualquer imóvel que tem placa de venda, empreendimento, casas de leilão e muitos mais. E por fim, nos Estados Unidos todos ganham, desde o corretor que cadastra até o que traz o vendedor.
CS – Por dois anos (2018 e 2019) você conquistou o prêmio diamante por vender mais de 5 milhões de dólares, ficando no ranking dos 20 melhores corretores da Flórida Homes Realty & Mortgage, composto por mais de 1.400 profissionais. Em 2019, pela Property Spark, a comunidade local a classificou como a segunda melhor corretora nas mídias sociais de Jacksonville. No mesmo ano, uma votação da Bold City Best lhe rendeu o posto de melhor corretora de imóveis. Uma sergipana fazendo história nos EUA. A que você atribui essa receita de sucesso?
Delá – Eu atribuo a muito trabalho e perseverança porque todo cliente precisa de uma resposta independente da hora ou do dia da semana, incluindo os momentos de férias em família. Além disso, o fato de ser trilíngue contribuiu para que eu formasse uma boa cartela de clientes. Em 2012, inclusive, quando comecei, não havia nenhum corretor de imóveis fazendo publicidade na comunidade. Na época, eu investi no meu marketing tanto nas redes sociais quanto em pontos físicos, como ponto de ônibus e lojas. Acho que tudo isso foi o meu grande diferencial.
CS – É sabido que a Flórida é um dos principais destinos do brasileiros. Você tem feito muitos negócios no ramo imobiliário com brasileiros?
Delá – Olha, 85% do meu público é brasileiro e, no geral, a comunidade de brasileiro em Jacksonville é muito grande.
CS – Qual o maior desafio que você enfrentou?
Delá – Com certeza é o de morar longe da família.
CS – Como é sua vida em Jacksonville?
Delá – Minha vida em Jacksonville é muito corrida, pois, além de trabalhar, administro a casa e cuido do meu marido, minha filha, meus sogros e minha mãe. Mas se trata de uma cidade muito boa que está em constante crescimento econômico. E o clima se assemelha muito ao Brasil, ou seja, o inverno não é muito rigoroso e não neva.
CS – Do que você mais sente falta? (*de novo essa pergunta?*)
Delá – Eu sinto muita falta dos parentes que ainda moram no Brasil, dos amigos, da cultura e, claro, da culinária brasileira.
CS – A pandemia impactou o mercado imobiliário nos EUA. Como está o setor hoje?
Delá – No começo, a pandemia assustou os clientes. Muita gente, na época, desistiu de comprar ou, até mesmo, cancelou contratos. Mas a partir do mês de abril 2020, o mercado aqueceu de uma maneira que não tinha casa suficiente para todo comprador e muitos tiveram que optar pela compra de casas ainda na planta. Mas isso aconteceu por conta da queda da taxa de juros. Posso dizer apenas que 2020 foi o meu melhor ano de corretagem, pois encerrei com mais de 10 milhões de vendas de imóveis.
CS – Que mensagem você pode passar para sergipanos que queiram trilhar o mesmo caminho que você?
Delá – A minha mensagem é que não tenham medo de tentar uma nova vida no exterior. Confesso que o começo não é fácil, mas, com persistência e muita garra, você pode voar muito alto. E me sigam no @DelaSellsJax para obter dicas tanto no ramo de corretagem quanto a vida no exterior!