Duas pessoas morrem com a bactéria KPC no hospital João Alves
A gerente do Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Governador João Alves Filho, a infectologista Iza Lobo, confirmou nesta terça-feira, 9, a morte de duas pessoas que estavam internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que foram infectadas com a bactéria resistente Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC).
Até o momento, conforme informações de Iza Lobo, 12 pacientes estão contaminados, sendo que três deles estão em estado considerado grave e outros nove estão colonizados, isto é, têm a bactéria, mas não apresentam sintomas.
A infectologista disse que, para evitar a proliferação da KPC, o hospital adotou medidas de reforço com a higiene da unidade, além do isolamento dos 58 pacientes existentes nas duas UTI’s.
“Essa situação é esperada em realidades de hospitais de alta complexidade. Tudo está sendo monitorado e, à medida que forem surgindo novas informações, estaremos tomando as providências necessárias para que o quadro desses pacientes não se agrave”, explica Iza.
Sintomas e monitoramento
O diretor clínico do Hospital João Alves, Marcos Kruger, informou que os 12 pacientes que já estão infectados recebem um antibiótico potente para combater a bactéria, que se multiplica em ambiente hospitalar. “Em um paciente contaminado provoca febre alta e baixa a pressão arterial. Outro sintoma é o suor frio e, em poucos dias, se não for tratado, o paciente entra em coma e morre”, alerta.
Tudo está sendo monitorado, afirma Kruger. Ele diz ainda que, “à medida que forem surgindo novas informações, estaremos tomando as providências necessárias para que o quadro desses pacientes não se agrave”.
O coordenador pede ainda que a população evite, ao menos por enquanto, procurar o HGJAF até que o problema seja solucionado. “Ela é uma bactéria perigosa, pode matar e a superlotação é um dos fatores que pode agravar a situação e nós queremos evitar, seguindo os protocolos de segurança e melhorando a atual situação”, finaliza.
Protocolo emergencial
No sábado, 6, médicos, enfermeiros e diretores do Hospital Governador João Alves Filho estiveram reunidos e ficou decidido que as UTI’s 1 e 2 seriam isoladas e não receberiam novos pacientes. Essa situação de emergência pode durar no mínimo 90 dias.
“Os pacientes que receberem alta dessas UTI’s vão direto pra casa, não poderão ficar internados nas enfermarias para não contaminar os outros pacientes”, explica a superintendente Lícia Diniz.
Com o isolamento de duas UTI’s por causa da bactéria KPC, a direção do hospital informou que já providenciou uma nova área para a instalação provisória de uma Unidade de Terapia Intensiva.
Foto: Lindivaldo Ribeiro/CS