Desemprego fica em 11,2% em fevereiro e ainda atinge 12 milhões, diz IBGE
A taxa de desemprego no Brasil ficou no 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, com a falta de trabalho ainda atingindo 12 milhões de brasileiros e o crescimento do número de ocupados desacelerando, segundo divulgou nesta quinta-feira (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua.
Apesar de ter recuado em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro de 2021 (11,6%), a taxa ficou estável frente à divulgação anterior, do trimestre encerrado em janeiro, quando o número de desempregados também foi estimado em 12 milhões.
Na mínima histórica, registrada em 2014, a taxa de desemprego chegou a 6,5%.
O resultado de fevereiro veio um pouco melhor do que o esperado. A mediana de 29 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data projetava uma taxa de 11,4% em fevereiro. O intervalo das estimativas variava de 11,3% até 11,8%.
Número de ocupados estaciona
Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a retração da taxa de desemprego reflete a tendência de queda observada nos últimos trimestres. “No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, avaliou.
O número de ocupados foi estimado em 95,2 milhões e ficou estável frente ao trimestre anterior (94,9 milhões). Com isso, também houve estabilidade no nível da ocupação, percentual de pessoas em idade de trabalhar que estavam efetivamente ocupadas na semana de referência da pesquisa (55,2%). Na máxima histórica, em 2013, chegou a 58,5%.
Renda média é a menor para o trimestre
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.511, apresentando estabilidade frente ao trimestre anterior (R$ 2.504). Embora tenha parado de encolher, foi a menor renda média do trabalho já registrada em um trimestre encerrado em fevereiro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
“Nos trimestres anteriores, o rendimento médio estava em queda. A estabilidade desse trimestre pode estar relacionada à diminuição no número de trabalhadores informais, que têm menores rendimentos, e ao aumento de trabalhadores com carteira assinada no setor privado”, disse a pesquisadora.
A massa de rendimento também ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em novembro. Ela foi estimada em R$ 234,1 bilhões – seguindo R$ 20 bilhões abaixo do que o que se registrava no pré-pandemia.
Veja outros destaques da pesquisa:
- Taxa de informalidade caiu para 40,2% da população ocupada, o que corresponde a 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,6%;
- Número de brasileiros em desalento (pessoas que desistiram de procurar trabalho) se manteve em 4,7 milhões;
- Apopulação subutilizada foi estimada em 27,3 milhões de pessoas, queda de 6,3% (menos 1,8 milhões) frente ao trimestre anterior;
Fonte: G1