Danielle Garcia aceita convite para integrar equipe de Moro

Da redação, AJN1
A delegada Danielle Garcia aceitou a proposta do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Mouro, para atuar no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (DRCI/SNJ), cuja diretora do Departamento é a delegada da Polícia Federal Erika Marena, ex-superintendente da Polícia Federal em Sergipe.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de Sergipe confirma que recebeu um ofício para ceder a delegada Danielle Garcia. “A SSP adianta que a servidora policial civil será liberada, em virtude de sua experiência com a recuperação de ativos e laboratório de lavagem de dinheiro, no entanto, solicitou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública reenvie um novo ofício corrigindo a solicitação.”
Conforme a SSP, a correção se deve, pois delegados da Polícia Civil de Sergipe apenas podem ser cedidos para os cargos de secretário de Estado, secretário de municípios e chefe de Segurança de órgãos, a exemplo do Tribunal de Justiça.
Com a chegada do ofício já retificado, que deverá ser enviado pelo órgão federal nos próximos dias, Danielle Garcia será liberada na condição de colaboradora eventual (tipo de cessão temporária comum entre servidores da Segurança Pública que atuam no Ministério da Justiça, com possibilidades de renovações seguidas), e prestará seus serviços no DRCI, onde já é instrutora há seis anos.
Carreira
Danielle estava no Departamento de Narcóticos, antes comandava o Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap). Ela investigou diversos casos de corrupção no setor público, a exemplo da operação “Indenizar-se”, que investiga supostos desvios de verbas indenizatórias na Câmara de Vereadores da capital, envolvendo 15 parlamentares e três empresários.
Ainda no comando do Deotap, Danielle também incomodou com as investigações referentes às verbas de subvenções da Assembleia Legislativa. Em 2014, 23 deputados estaduais da legislatura de 2011/2015 foram acusados de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas.
“Perseguição”
Danielle Garcia também causou polêmica. Ela chegou a admitir que foi perseguida pelos governos de Jackson Barreto (MDB) e Belivaldo Chagas (PSD) enquanto estava à frente do Deotap. A declaração foi publicada num vídeo da campanha do então candidato ao governo, Valadares Filho (PSB).
“O sopro de renovação que cruzou o Brasil não chegou em Sergipe. A continuidade do governo Belivaldo e Jackson Barreto é uma tragédia para a maioria dos sergipanos de bem que lutam contra corrupção. Para delegados e delegadas que foram punidos por combater políticos poderosos do estado, é um tapa na cara. Sei que continuarei a ser perseguida se o atual governo continuar. Não importa, prefiro correr esse risco a ficar calada”, afirmou ela em vídeo de campanha política.
Essa acusação gerou revolta do ex-governador de Sergipe, Jackson Barreto, que chegou a afirmar, após a confirmação da reeleição do governador Belivaldo Chagas (PSD), que iria processar a delegada por calúnia e difamação.
Já o atual governador, Belivaldo Chagas, pediu que ela provasse qualquer ato de perseguição do governo contra ela.