Bactéria KPC mata cinco pacientes na UTI do Hospital João Alves

 

 

 

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (12) a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que houve cinco mortes causadas pela bactéria ultra resistente denominada Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), sendo dois enfermos e três considerados colonizados. Até o momento, dos 54 pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital João Alves, 30 estão livres, 24 estão positivos para a bactéria, sendo que 16 desses estão colonizados (estão com a bactéria, mas sem infecção confirmada) e oito infectados. 

 

Apesar do surto e dos riscos a situação está sob controle e a equipe da unidade está atenta para que a bactéria não se espalhe para outros setores do hospital como explica Iza Lobo, chefe do Núcleo de Epidemiologia da unidade.

 

“Houve um aumento do número de pacientes positivos, mas a situação está sobre controle. Dos oito infectados, somente um teve, de fato, a confirmação microbiológica de que a infecção encontrada foi devido a KPC e os demais sete tem a presença da bactéria, mas ela ainda não está confirmada na área da infecção. Mas todos estão recebendo tratamento. Até o momento, foram cinco óbitos, e estamos fazendo todo o acompanhamento e tomando as medidas para que a bactéria não se espalhe para outros setores do hospital”, diz.

 

Embora seja uma bactéria ultra-resistente ela não é das piores, como explica Iza. “Todo ser humano tem e ela só causa risco de morte aos pacientes que já estão debilitados e acabam tendo o seu estado de saúde agravado. Mas a taxa de morte não está maior do que o esperado e estamos batalhando para combater a KPC. Mas a população pode ficar tranquila, pois ressalto que a situação está controlada. O risco para as pessoas saudáveis é inexistente. É importante que a população saiba disso e não entre em desespero. Temos condições de combatê-la, apesar dela ser resistente a antibióticos, e os pacientes estão isolados para que todos recebam os devidos tratamentos e acredito que em três semanas em média essa situação de risco esteja definitivamente controlada”, conclui.

 

O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, também participou da coletiva e declarou que todos os profissionais da saúde envolvidos continuarão na batalha para combater a KPC. 

 

“Tenho acompanhado de perto o surto e, com base no parecer técnico, percebe-se que o empenho dos profissionais tem dado bons resultados, tanto que a situação está controlada. Trata-se de uma bactéria resistente, que ataca o paciente que já está debilitado, mas com o empenho da equipe, que não está medindo esforços, conseguiremos sair deste surto o mais breve possível. A bactéria foi identificada rapidamente e as ações para o combate começaram rápido”, disse.

 

HPM

 

Durante a coletiva, a chefe do CCH do hospital informou que a transferência para o Hospital da Polícia Militar (HPM) dos pacientes que não estão infectados pela KCP já foi iniciada e 60% deles já se encontram na unidade. “Conseguimos o HPM para os pacientes estáveis do João Alves e cerca de 60% já foi transferido para a área de UTI, internamento e enfermagem do HPM. Nenhum deles teve contato com a KPC e essa medida foi para protegê-los”, explica Iza Lobo.

 

 

Foto: Lidivaldo Ribeiro/CS