Alunos de Teatro promovem atividades culturais para reivindicar melhorias do curso
Da redação, Joângelo Custódio
A partir desta segunda-feira (30) até a quarta (1º), os alunos do Departamento de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS) iniciam o período do segundo semestre promovendo o “Casulo Teatral”, movimento cultural que objetiva chamar a atenção da comunidade acadêmica para os problemas estruturais que o curso vem enfrentando nos últimos anos. O manifesto acontece nos corredores e praças da instituição de ensino, transformando-os em verdadeiros proscênios com suas devidas ribaltas.
Além da crítica ao corpo docente, a classe estudantil também quer que a reitoria “abra os olhos” para as péssimas condições das salas de aulas, que, na maioria das vezes, são improvisadas e fora dos parâmetros necessários para o bom aprendizado do alunado.
Nestes três dias de manifesto cultural, cujo tema é: “O que aprendi fora dos muros”, serão ofertadas oficinas teatrais, com interpretações em psicodrama e dramaturgia, além de muito diálogo, como explica um dos coordenadores do movimento, Everton Nunes. “O Casulo Teatral nasceu pelos alunos de Licenciatura em Teatro da UFS, no momento de encerramento das disciplinas do semestre passado. Então, houve um consenso de que precisa melhorar, e muito, tanto em sua parte teórica, quanto na prática”.
Durante as oficinas, os alunos interpretam, por exemplo, textos que abordam a “insuficiência” dos professores da área. “Ficou definido, após uma reunião, que a gente iria dar continuidade às ações e que iria formatar um documento solicitando que algumas providências fossem tomadas com relação ao curso. Não existe um espaço digno onde se pode trabalhar corpo e voz, por exemplo”, reitera Everton, mostrando-se insatisfeito.
Contraponto
A AJN1 procurou o coordenador do Departamento de Teatro da UFS, Roberto Sampaio. Ele conta que o Departamento não recebeu nenhum representante dos alunos para conversar sobre os problemas do curso e que ficou surpreso com o ato. “Não fomos informados. Ninguém nos procurou. Se soubéssemos, sentaríamos para conversar e ver o que poderia ser melhorado”, contra-argumenta.
Ele revela ainda que as críticas dos alunos com relação ao despreparo dos professores não procedem. “Tem alunos que não leem e querem questionar. Com esse movimento, eles estão invadindo o espaço de aula, mas, mesmo assim, considero legítimo”.
Perguntado se os alunos participantes do movimento irão tomar falta, pelo fato de estarem fora da sala de aula, ele foi prudente. “Farei uma reunião colegiada com os demais professores para avaliar”, concluiu.