Alessandro Vieira entra com representação por improbidade contra ministro da Educação
O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Felipe Rigoni (União Brasil-ES) e o secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha (PSD-RJ), entraram com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por improbidade administrativa. A ação – já protocolado – ocorre após uma série de reportagens do Estadão revelar a existência de um ‘gabinete paralelo’ no MEC, no qual um grupo de pastores facilita o acesso de prefeitos de partidos do Centrão ao chefe da pasta e exerce influência no repasse de verbas aos municípios. “Não podemos tratar como ‘novo normal’ absurdos e/ou o cometimento de crimes. Vou cobrar providências do PGR contra o ministro da Educação”, escreveu Vieira em seu Twitter.
A Folha de S.Paulo também publica na sua edição de hoje reportagem com uma conversa gravada em que Ribeiro afirma que os pedidos negociados pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura são prioritários para o governo. Em reunião com gestores municipais interessados em recursos, o ministro diz que o atendimento às proposições de um dos religiosos foi uma determinação do próprio Jair Bolsonaro.
A apuração mostra que o grupo de pastores-lobistas é capitaneado por Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembléias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade. Embora não tenham vínculos com a administração pública nem com o setor de ensino, segundo apurou o jornal, eles têm pleno acesso ao ministro e participaram de 22 agendas oficiais nos últimos 15 meses.
Os pastores atuariam, especialmente, na intermediação entre o MEC e prefeitos do Progressistas, do PL e do Republicanos, legendas que integram o núcleo duro do Centrão. O bloco de partidos comanda o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão que concentra os recursos do ministério é presidido por Marcelo Ponte, ex-assessor do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, chefe do Progressistas.