Agentes penitenciários impedem saída de viaturas que fazem escolta
Da redação, AJN1
Os agentes penitenciários bloquearam na manhã desta segunda-feira (24), a passagem de aproximadamente 10 veículos que fazem a escolta de presos para as audiências, estacionados na garagem da Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa do Consumidor (Sejuc), situado no Conjunto João Alves, na capital.
Os profissionais estão revoltados com a morte de um agente na noite da última sexta-feira (21), durante rebelião e fuga em massa ocorrida no Presídio Regional Senador Leite Neto (Preslen), no município de Nossa Senhora da Glória, além de melhorias nas condições de trabalho.
Ontem (23), o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de Sergipe (Sindipen/SE), realizou uma assembleia extraordinária e avisou: "se nada for feito, uma greve será deflagrada nos próximos dias".
“Se o Governo não fizer melhorias no sistema prisional, os profissionais irão parar. Por enquanto, está suspensa a escolta dos presos para as audiências. O sistema prisional está precário há muito tempo e o Estado não toma providências. São estruturas de presídios ruins, superlotação e grave déficit de agentes. Perdemos um colega por falta de segurança e estrutura nos presídios. A situação está insustentável. Ou o Estado toma uma providência ou vamos parar o sistema e a categoria por tempo indeterminado”, afirmou Luciano Nery, diretor Financeiro do Sindipen.
Segundo ele, as visitas nos presídios foram canceladas apenas no final de semana da rebelião, mas as escoltas dos presos para as audiências estão suspensas por tempo indeterminado, porque os agentes fazem esse serviço sem arma e colete. “Estamos revoltados”, desabafou ele.
Falta de estrutura
Luciano reafirmou ainda que a estrutura para trabalhar é tão precária que, se o policial morto durante a rebelião estivesse usando um colete balístico, provavelmente estaria vivo.
“Os agentes trabalham sem colete. Se o colega que foi morto estivesse com esse equipamento, provavelmente ele não teria ido a óbito. A quantidade de armas é insuficiente também e as que têm são antigas, além de faltar munições. E entre os problemas há ainda a falta de efetivo. No sistema de Sergipe, hoje, há cerca de 4.500 presos e somente 550 agentes. No momento da rebelião em Glória havia cinco agentes para 450 detentos. É um número baixíssimo. Para dar conta dos detentos do Estado precisaríamos de no mínimo 1.200 agentes. A situação já passou do limite e exigimos providências do Estado. Chega de medidas paliativas que não resolvem nada”, conclui o diretor Financeiro do Sindipen.