Xangai em lockdown: o que nos ensina
O governo chinês determinou lockdown em uma das maiores cidades da China, Xangai. Cerca de 25 milhões de pessoas estão em regime de paralização de praticamente todas as atividades por cinco dias em razão do crescimento de casos de COVID-19.
Ao contrário do Brasil, a China tem adotado a política de tolerância zero para com a COVID. A população colabora e segue as orientações das autoridades públicas e tem por isso mesmo conseguido manter baixos níveis de infecção e relativamente um número pequeno de óbitos, especialmente se considerarmos a sua população.
Nos países onde governo e população tem a consciência de que prevenir é a melhor forma de vencer a pandemia o sucesso tem sido evidenciado.
O avanço da vacinação da população e a consciência cívica de respeito a sua saúde e a do outro, sem nenhuma dúvida, nos levará ao controle da COVID.
Esse tem sido o nosso esforço nesse espaço semanal. Mostrar que a ciência nos aponta, com segurança, que é possível controlar a COVID. Pena que a política ingressou na seara da ciência para desinformar e divulgar notícias falsas o que contribuiu para que chegássemos a mais de 659 mil mortes e milhões de infectados.
A população brasileira, apesar do bombardeio de mentiras e de muita lentidão para avançarmos na vacinação, tem compreendido a importância da imunização e tem feito a sua parte comparecendo aos postos de vacinação.
Infelizmente essa população não tem seguido o seu próprio exemplo quando se trata de respeitar os cuidados e as orientações das autoridades sanitárias com relação as aglomerações, uso de máscaras e limpeza das mãos.
Com a redução dos óbitos e a da taxa de ocupação de UTI’s os Estados e municípios estão relaxando as medidas, especialmente com relação às máscaras, tenho quase certeza por conta do ano eleitoral cujo calendário vai se apertando.
Lamentavelmente vejo nas decisões de relaxamento um interesse eleitoreiro e político e que poderá nos levar onde não queremos. E é isso que o lockdown em Xangai nos mostra.
A pandemia não acabou e não vai acabar mediante uma lei ou decreto. Aliás não cabe ao estado brasileiro declarar o fim da pandemia. Cabe a Organização Mundial da Saúde – OMS. O resto é besteira, politicagem e enganação.
Uma sociedade somente se desenvolve com um povo sadio de corpo e de mente. Um povo doente e sem condições de ser atendido com dignidade não contribui para um país crescer economicamente. Por essa razão, compreender que a saúde da população não é uma despesa, mas sim um investimento para o futuro, é a chave do desenvolvimento.