O Alzheimer lembrado no Fevereiro Roxo

Retomando a preocupação neste mês chamado de FEVEREIRO ROXO, também é lembrado a necessidade de diagnosticar e cuidar dos portadores de Alzheimer, doença que aparece de forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, cuja causa ainda é desconhecida, mas pesquisadores acreditam que seja geneticamente determinada.

A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado, causando a perda das funções cognitivas, como a memória, orientação, atenção e linguagem.

Vivemos em um país imenso e com grande desigualdade social e os portadores dessa doença precisam de tratamento multidisciplinar e cuidados em tempo integral, o que compromete os pacientes mais pobres, pois dependem do Sistema Único de Saúde para oferecimento de tratamento multidisciplinar além de medicamentos que podem retardar a evolução dos sintomas.

Desde 2002 que o Ministério da Saúde do Brasil instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer que é executado pelos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, e são responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação aos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer.

Um dado impressionante, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS, que oferece, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, importantes remédios para o tratamento da doença, como rivastigmina, galantamina e donepezil.

Em Sergipe, a política de saúde da pessoa idosa atende a política nacional do Ministério da Saúde e é executada por meio dos Centros de Atenção Básica distribuídos por regiões do Estado, e algumas prefeituras municipais também têm seus programas voltados para esse atendimento.

Importante considerar que a população brasileira acima de 60 anos tem aumentado. Não somos mais um país de jovens, somos um país maduro e isto deve ser considerado na elaboração de políticas públicas de saúde da pessoa idosa, especialmente em relação aos portadores de Alzheimer.

A assistência de saúde suplementar promovida pelos planos de saúde é importante e cabe a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS regular os tratamentos do idoso com Alzheimer, incluindo exames para o diagnóstico. O Superior Tribunal de Justiça está discutindo se os exames e tratamentos a serem oferecidos devem ser apenas os que constam da lista da ANS, de forma taxativa, ou se poderão ser obrigados oferecer tratamentos outros, normalmente dispendiosos.

O alerta para o diagnóstico precoce e início do tratamento para retardar ao máximo os sintomas muito graves do Alzheimer neste fevereiro roxo é para todos, o SUS e os planos de saúde e as famílias dos pacientes.

Autor

José Anselmo de Oliveira

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