Não chame de “loucura“. O certo é esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença mental grave, crônica (não tem cura), incapacitante e que afeta pelo menos 1% da população mundial.
Uma pessoa esquizofrênica tem uma alteração na sua forma de se comportar, pensar e sentir o que acontece consigo e ao seu redor. Essas alterações geralmente partem de sintomas como: rompimento com a realidade, alucinações, dificuldade de raciocinar, delírios (pensamentos desorganizados), isolamento social e embotamento afetivo (dificuldade de sentir emoções).
A causa da esquizofrenia ainda não foi descoberta, mas sabe-se que uma junção de fatores ambientais, hereditários, genéticos e alterações neuroquímicas no cérebro criam predisposições para o desenvolvimento da esquizofrenia. Por exemplo, uma pessoa que é parente de 1º grau de um (a) esquizofrênico (a) ou uma pessoa que tenha depressão pós parto ou alguém que usou uma medicação/droga que causou uma grande desorganização neuroquímica, têm mais chances de desenvolver a esquizofrenia.
Geralmente crianças e pessoas com mais de 40 anos têm menos chances de desenvolver esquizofrenia. Na maioria dos casos a doença surge na adolescência e início da fase adulta.
Os sintomas da esquizofrenia são divididos em negativos e produtivos. Os negativos aparecem primeiro e são: apatia, dificuldade de cuidar de si mesmo (a), dificuldade de sentir emoções e rompimento com a realidade. Os produtivos surgem em seguida e são caracterizados por: alucinações, delírios, pensamentos desorganizados expressados através da fala e comportamento motor anormal. O processo de desenvolvimento da doença pode levar anos e gerar ansiedade aumentada e tensão por não se saber ao certo o que está acontecendo.
É importante frisar que alguns casos de depressão mais graves podem apresentar delírios e alucinações, mas isso não quer dizer que a pessoa deprimida tenha desenvolvido a esquizofrenia em si, mas sim, uma depressão com sintomas esquizofrênicos.
O tratamento da esquizofrenia é feito através de medicações antipsicóticas receitadas por psiquiatra e psicoterapia com psicólogo (a). O uso de terapias alternativas como musicoterapia, terapia ocupacional e arteterapia também ajudam a pessoa psicótica a lidar melhor e controlar seus sintomas.
No popular, a pessoa esquizofrênica é chamada de “louca, doida, pinel, etc”, justamente por causa do seu comportamento “diferente”. Estes termos são carregados de preconceito e de falta de informação, o que gera enganos que só atrapalham a busca do tratamento por parte das pessoas acometidas por essa doença. Lembrando que, na imensa maioria dos casos, com o tratamento adequado, a pessoa esquizofrênica pode ter qualidade de vida e conviver bem em sociedade, então não há motivo para isolá-los e/ou exclui-los da sociedade.
Infelizmente, muitas pessoas ainda confundem sintomas psicóticos com obsessão ou possessão de espíritos malignos, o que também atrapalha a pessoa esquizofrênica a buscar tratamento adequado.
Se você tem percebido que está apresentando alguns sintomas citados aqui ou os observou em alguém próximo, sugira a esta pessoa procurar um (a) psiquiatra e um (a) psicólogo (a), e busque você também a ajuda destes (as) profissionais, pois:
Fazer psicoterapia é o melhor presente que você pode se dar!