Janeiro Branco

Todos os meses do ano são batizados com uma cor diferente como maneira de chamar a atenção para alguma causa relacionada a saúde.

Janeiro foi batizado como o mês branco por chamar a atenção saúde mental, berço do bem estar que desencadeia inúmeros processos relacionados a saúde emocional mas também a saúde física. Não poderiam ter escolhido melhor a cor. Sabidamente, o branco é a mistura de todas as cores, é a cor que reflete os raios luminosos e em uma analogia mais profunda, espelha nossa alma.

Em um período onde as bases da nossa sociedade, da nossa família e da nossa realidade foram profundamente modificados, a mente procura mecanismos de compensação para não se desequilibrar e muitas vezes tem realmente chegado ao esgotamento.

Álcool

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas durante a pandemia foi notória. Pesquisa online realizada por uma plataforma de consumo evidenciou aumento de 93,9 % nas compras de bebidas alcoólicas de fevereiro a maio de 2020 comparado ao ano de 2019. Com a retomada de atividades presencias esse número caiu mas segue acima da média. A bebida foi incorporada a rotina de muitas pessoas que além de utiliza-la como maneira de socializar mesmo a distância, encontraram um conforto emocional ao acalentar a realidade com os efeitos da embriaguez. Para a saúde, um perigo. Consumo exagerado de álcool está relacionado além de dependência física a um aumento de risco para inúmeras doenças inclusive câncer.

Ansiedade

Está bastante claro que a pandemia elevou o nível da ansiedade humana. Segundo o Conselho Federal de Farmácia a venda de ansiolíticos e antidepressivos pulou de 46,2 milhões para 52,1 de unidades em 2020. O número claramente retrata como a mente é sensível a mudanças bruscas de cenário e a consciência relativizada através de medicações na busca da sensação de normalidade. Não somos treinados a sensação de perda, desde a perda física de alguém querido até a perda da falsa sensação de controle que temos em relação as nossas vidas. Com todos os sentimentos misturados, nos resta a mistura de todas as cores em um profundo branco de angústia e medo. Não há ainda números em relação ao aumento de suicídios e a pandemia. Sabemos que no mundo há cerca de 1 milhão de pessoas que tiram a própria vida por ano, no Brasil são 12 mil, quase igual a mortalidade por câncer de mama.  Em um cenário com aumento da ansiedade, da incerteza do medo e da solidão parece lógico imaginarmos que o número de suicídios também irá aumentar.

Pensando branco

Juntando todas as cores, temos que focar na paz que precisamos para alcançar o equilíbrio entre a mente e o corpo da melhor forma possível. Tem sido um desafio para todos nós em um período onde tudo parece instável. Alguns exercícios mentais podem trazer benefícios nessa jornada e são descritos em textos de mentorias e coaching. Descrevo a seguir algumas pequenas ações que podem nos proteger emocionalmente das armadilhas dos últimos tempos:

Psicoterapia

A terapia é uma grande ferramenta na hora de entender seus anseios e trabalhar como nos posicionamos em relação aos desafios que nos são apresentados ao longo da nossa caminhada. Antes de olhar pra fora, é preciso olhar cuidadosamente para dentro e entender como cada estímulo se traduz nas nossas emoções.

Praticar o otimismo

Temos por natureza, a tendência de imaginar o pior cenário frente a um desafio inesperado. O controle sobre pensamentos ruins pode se desenhar em uma maior tranquilidade no percorrer de nossos processos individuais onde os desfechos são muitas vezes imprevisíveis. Quando não temos controle, pensar no melhor é sempre uma boa opção.

Praticar a gratidão

Não é habito olharmos para o que de bom temos em nossas vidas. A pandemia deixou claro que precisamos de muito pouco para viver bem. Sejamos gratos pela família, pela saúde, pelo alimento, por cada pôr do sol e cada novo nascer do sol que temos o privilégio de presenciar.

Conecte-se a quem te faz bem

Nos nossos relacionamentos cada pessoa se traduz em uma energia que nos inspira algo de bom, ou não. Este é um momento propício para nos conectarmos a quem nos traz boas inspirações, bons pensamentos, segurança e paz.  Pessoas tóxicas existem em todos os níveis de relacionamento, seja de amizade, de amor ou profissionalmente. Foque em quem te faz bem e evite quem te inspira negatividade.

Há muitas pequenas ações na nossa rotina que podem nos fortalecer. Nessa última semana de janeiro foque em identificar o que te da força e te faz bem. Pense positivo, sega grato e sigamos caminhando nessa nova estrada que nos foi apresentada.

Até semana que vem.

Autor

Paula Saab

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