Carvalho Júnior ou de uma genialidade altiva

Francisco Antônio de Carvalho Lima Júnior, esse ilustre Itabaianense nasceu num dia 04 de junho do ano 1859. Republicano emérito, trabalhou de forma eficaz pela Proclamação da República em inúmeros municípios, exemplificados por: Penedo, Triunfo, Traipú, São Brás em Alagoas, Neópolis, Propriá, Gararu dentre outros. Ficou célebre por escrever a obra intitulada “História dos limites entre Sergipe e Bahia”. Desde tenra idade, Carvalho Júnior já se mostrava como gênio altivo, de bondade infindável. Sua inteligência era algo singular, caracterizada pela cornucópia de conhecimentos variados.

Figura trabalhadora, lutou pelos seus objetivos com fé imorredoura. Seguiu sem esmorecer nas batalhas pelas instaurações dos processos democráticos. Em cenário sergipano, se realçou como uma das mentes mais brilhantes no universo intelectivo. Um dos seus atributos proeminentes era a afeição que possuía pelas palavras e pela formosura da escrita. Sua fecunda produção se destrincha em literária e científica pontilhadas por poesias, contos, dramaturgias, biografias, artigos, escritos históricos, políticos e geográficos.

Seus textos ficaram para a posteridade quando foram publicados em jornais sergipanos, da Bahia, Alagoas, São Paulo e Rio de Janeiro. Na ígnea Academia Sergipana de Letras, se destaca como Patrono da Cadeira de número 11. Sua cultura historiográfica e literária merece ser mais reconhecida por todos nós conterrâneos. A intuição romântica de Carvalho Júnior se eterniza pelo seu inexaurível potencial. A epítome romântica tem em Sergipe, nos escritos dele, mais especificamente um estandarte em seus esbeltos poemas.

Dentre os seus versos libertários, podemos elencar dois em principal: “A Sertaneja” e “Não Olhes”. Sílvio Romero chegou a inserir o fulgurante poeta sergipano nos grupos que distinguiu em períodos cronológicos. Os nomes pululam pela sua relevância: o próprio Sílvio Romero, tem-se também Filinto Elísio do Nascimento, Jason Valadão, Prado Sampaio, Joaquim Fontes e Manoel dos Passos de Oliveira Teles. Nos arquivos jornalísticos, revistas e almanaques é possível encontrarmos as excelentes produções literárias de Lima Júnior.

Podemos enlevar a obra poética dele denominada “Pátria”, além das poesias intituladas: “Sodoma e Gomorra”, “Harmonias da Natureza”, “A Aurora”, “Ouve-me”, “Teus Olhos”, “Combate Interior”, “Nunca Vi”, “O Voo da Águia”, “Ela”, “Uns Seios” e outras. A sinuosa atmosfera francesa de Baudelaire é ressurgida em seus augúrios fôlegos de exímio escritor. Sua etérea poesia realístico-social perdura ao longo dos tempos. O soneto chamado “Profissão de Fé”, constitui evidente arquétipo do estilo idiossincrático de Carvalho Júnior.

Sob seus contornos de caudalosa excitação, destila: “Prefiro a exuberância dos contornos, as belezas da forma, seus adornos, a sáude, a matéria, a vida enfim […] Não me servem os vagos ideais, nem as almas vazias e os corpos de alfenim”. As luminosas compleições da sua avançada poesia ressoam por entre os bosquejos existenciais humanos. Carvalho Júnior, sem dúvida alguma, é personagem que merece todo nosso reconhecimento.

Portanto, Sergipe se orgulha de autores como este retratado no presente artigo. Falecido num dia 01 de fevereiro do ano 1929, Carvalho Júnior se eterniza pela força da sua intumescida sensibilidade perante os infortúnios do mundo.

Autor

Igor Salmeron

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