Mortos por covid-19 no mundo passa de 4 milhões desde o início da pandemia
Quinze meses depois da declaração de pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a covid-19 causou a morte de mais de 4 milhões de pessoas ao redor do mundo — sendo mais de 525 mil apenas no Brasil — segundo a compilação dos dados oficiais feita pelo site Worldometer.
A marca foi atingida no momento em que a variante delta, uma cepa mais transmissível do coronavírus causador da doença, ameaça se tornar predominante no mundo. E também em meio a uma corrida entre os países para acelerar a vacinação.
De acordo com a contagem da Worldometer, desde o começo da pandemia houve mais de 184 milhões de casos confirmados de covid-19. Nesse período, mais de 3,2 bilhões de doses das diferentes vacinas foram aplicadas.
As cifras têm como base informações oficiais fornecidas pelos governos nacionais. Mas especialistas estimam que, em razão da escassez de recursos ou de interesses políticos em vários países, há uma uma elevada subnotificação e os números de fato são muito piores. O número real de casos certamente é bem maior. E o número de mortes também supera o dado oficial, como indicam as estatísticas de mortes excedentes da maioria do países.
Ainda sem que haja uma previsão mais precisa sobre o fim da crise sanitária, estimativas conservadoras de bancos dos EUA calculam em US$ 5 trilhões as perdas causadas pela interrupção das cadeias produtivas até agora.
Apesar do desenvolvimento das vacinas — que começaram a ser aplicadas em dezembro — a evolução das novas cepas e o avanço do coronavírus em populações de países mais pobres da África e da Ásia foram responsáveis pelo significativo aumento do número de infectados e mortos desde o início de 2021.
Avanço rápido
Em 31 de dezembro, aproximadamente um ano depois do registro oficial do primeiro caso na Província de Wuhan, na China, a covid-19 tinha matado 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo — menos da metade do número de mortos registrado nos primeiros seis meses deste ano.
Depois de se espalhar pela Europa, a covid-19 atingiu os EUA, que registraram em 8 de janeiro deste ano o pico diário de 4.085 mortes em 24 horas. Esse recorde de óbitos num único dia só seria batido pela Índia, em 19 de maio, com 4.529 mortes. No Brasil, em 8 de abril, registraram-se 4.249 mortes em 24 horas.
O investimento de bilhões de dólares em pesquisas desde o surgimento dos primeiros casos resultou no melhor conhecimento da atuação do vírus, mas a doença ainda não foi totalmente desvendada pela ciência. O uso e a eficácia de alguns medicamentos nas diferentes fases da covid-19 ainda estão cercados de controvérsias, assim como eventuais consequências de longo prazo da infecção.
“Não sabemos dizer com segurança por quais variantes as pessoas estão sendo reinfectadas”, disse em junho, à revista Forbes, o ex-secretário do FDA — a agência americana de medicamentos — Scott Gottlieb, que não descarta a possibilidade de novas ondas de infecção, mesmo após a vacinação em massa nos EUA. “Há muita coisa que ainda não entendemos sobre esse vírus.”
Não há certeza, por exemplo, sobre causas e efeitos da reinfecção. Nem há precisão sobre a eficiência de algumas vacinas, a dosagem necessária para a imunização completa ou a duração do período de proteção. Essas dúvidas têm alimentado movimentos antivacina e ampliado a resistência às campanhas de imunização.
Mas esse não é considerado um grande problema para os especialistas. “O principal problema nas Américas é o acesso à vacina, não a aceitação da vacina”, disse à agência Reuters a Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa Etienne, na semana passada, instando os países desenvolvidos a enviar vacinas para os mais pobres o mais rápido possível.
Fonte: Valor Econômico