Brasileiro que descobriu ômicron é eleito um dos cientistas do ano

 

O pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira foi selecionado como um dos 10 cientistas mais influentes de 2021 pela revista científica Nature nesta quarta-feira (15). A seleção, feita anualmente pelos editores da Nature, tem por objetivo destacar os indivíduos que mais contribuíram com a ciência no ano.

Tulio é diretor do Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI) na África do Sul, onde vive desde 1997. Ele ganhou destaque ao chefiar uma das equipes envolvidas na descoberta da nova variante do coronavírus no país e por compartilhou os dados com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 24 de novembro.

Veja abaixo quem são os demais selecionados pela Nature.

  • Winnie Byanyima nasceu na Uganda e é diretora executiva da UNAIDS e uma subsecretária-geral das Nações Unidas (ONU). Além disso, ela também é cofundadora do grupo de defesa People’s Vaccine Alliance, que visa recrutar líderes de governo para argumentar como o acesso e a distribuição igualitária de vacinas pode ajudar a promover seus interesses próprios. “Os governos não são santos, mas atendem às demandas das pessoas”, disse à Nature.
  • Friederike Elly Luise Otto é uma climatologista alemã e diretora associada do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford, em Londres. Além disso, ela também ajudou a criar o grupo World Weather Attribution (WWA), em 2015, que tem como objetivo investigar o impacto das mudanças climáticas na frequência de eventos extremos de calor, frio, chuvas, seca e incêndios florestais.
  • Zhang Rongqiao é um engenheiro chinês que liderou a primeira missão bem-sucedida da China à Marte. Nascido em 1966 na cidade de Anling, leste da China, Zhang estudou engenharia na Universidade Xidian em Xi’an e fez mestrado na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial em Pequim. Rongqiao conta que quando o rover pousou no solo do planeta vermelho no dia 15 de março, ele chorou. “Fiquei muito emocionado”, disse o engenheiro.
  • Timnit Gebru é uma cientista de computação que trabalha com ética aplicada à inteligência artificial, especialmente como o reconhecimento facial pode favorecer ou desfavorecer determinados grupos.
  • Gebru nasceu na Etiópia, mas precisou fugir para os Estados Unidos quando ainda era adolescente devido à guerra civil que aconteceu em seu país de origem. Sempre atenta às questões de como o mal uso da inteligência artificial poderia afetar comunidades marginalizadas, ela co-fundou um grupo ‘Black in AI’ com a cientista da computação Rediet Abebe durante seu PhD na Universidade de Stanford, na Califórnia. Após ser demitida do Google devido a uma publicação de um artigo onde criticava os impactos que os preconceitos poderiam causar na programação de softwares, ela criou um instituto de pesquisa para estudar IA de forma independente.
  • John Jumper, segundo a revista Nature, John Jumper é um pesquisador que, juntamente com sua equipe, utiliza inteligência artificial para transformar a biologia. Atualmente, ele e sua equipe se dedicam ao projeto AlphaFold, que usa inteligência artificial (IA) para prever estruturas de proteínas com precisão impressionante. Jumper tem PhD em física da matéria condensada pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Contudo, após a conclusão de seus estudos, ele decidiu que queria aplicar seus conhecimentos em outras áreas e foi trabalhar com simulações de proteínas em computador em um grupo de pesquisa privado dirigido por um físico.
  • Victoria Tauli-Corpuz, nascida nas Filipinas, é consultora de desenvolvimento e ativista internacional pelas causas indígenas. Em 1985, Tauli-Corpuz recebeu um convite para participar de um painel da ONU em Genebra, Suíça, na defesa das causas indígenas. Este ano, na cúpula da COP26, ela conseguiu com que os direitos indígenas fossem mais uma vez reconhecidos em um acordo que rege as parcerias internacionais e os mercados de carbono.
  • Guillaume Cabanac é um cientista da computação da Universidade de Toulouse, na França, que se especializou em analisar artigos e estudos científicos (literatura acadêmica) para encontrar expressões que não fazem sentido, apenas volume. Cabanac ajudou a atualizar o programa criado por outro cientista e também criou o Problemmatic Paper Screener, um site para sinalizar e relatar manuscritos questionáveis. Ele espera que seu trabalho ajude a tornar a literatura científica mais clara e livre de estudos falsos.
  • Meaghan Kall, epidemiologista do governo do Reino Unido, passou a usar o Twitter para explicar dados e estudos relacionados ao coronavírus, tornando assim a informação mais compreensível para aqueles que não fazem parte ou não estão acostumados com a literatura acadêmica.
  • Janet Woodcock é uma médica americana que, atualmente, é responsável por liderar a agência de regulação dos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration), equivalente à Anvisa no Brasil. Woodcock passou a maior parte de sua carreira de 35 anos no FDA administrando o Centro para Avaliação e Pesquisa de Medicamentos, que é responsável por garantir que os medicamentos sejam seguros e eficazes antes de serem aprovados para o mercado dos Estados Unidos.

Fonte: G1