Vereadores investigados na operação “Indenizar-se” começam a ser ouvidos na próxima semana

Da redação, AJN1

 

Os 15 vereadores que figuram como investigados na operação “Indenizar-se” começam a ser ouvidos a partir da próxima segunda-feira (4) pelos delegados do Departamento de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) e promotores de justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público de Sergipe.

 

Os vereadores já foram oficiados sobre as datas dos depoimentos e os interrogatórios servirão para esclarecer irregularidades no pagamento de verbas indenizatórias da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) através do uso de contratos fictícios de assessoria advocatícia e de locação de veículos.

 

Em coletiva à imprensa na manhã de hoje (1º), no auditório da Academia de Polícia Civil, Danielle Garcia revelou que entre os documentos apreendidos nos cumprimentos das ordens judiciais, não foram encontrados contratos relacionados a prestação de assessoria jurídica. “Ou eles não existem ou estão no além, porque não conseguimos buscá-los em nenhum lugar onde foram cumpridos os mandados. É preciso que os vereadores comprovem isso”, disse a delegada, acrescentando que todo o material apreendido está sendo analisado. “Podemos ter surpresas na próxima semana”, concluiu.

 

No que se refere à locação de veículos, Danielle Garcia considerou como “infantil” a fraude praticada. Segundo ela, através da empresa Elo, o ex-vereador e advogado Alcivan Menezes, conseguia as placas com amigos ou familiares e as colocava nos contratos fictícios de locação. “Ouvimos os proprietários dos veículos e constatamos que eles nunca saíram das posses dos donos. As placas eram apenas colocadas nos contratos para justificar o pagamento. Óbvio, com a conivência dos vereadores”, revelou a delegada.

 

Dentre os proprietários de veículos que foram ouvidos estão os donos do Renault Fluence de placas NVN-1395; do Corsa de placas NVJ-6265; do Corola de placas HZU-0428; e do Corola de placas HZU-0428. Apesar dos carros constarem como locados a quatro vereadores, os proprietários revelaram que os bens nunca saíram de suas posses.

 

“Em muitas notas fiscais sequer tem a identificação dos veículos e em outras notas a identificação dos carros sequer consta no banco de dados do Detran”, explicou Danielle Garcia, acrescentando que já foi solicitado ao Departamento de Trânsito a relação de possíveis multas aplicadas aos veículos que figuram nos contratos de locação.

 

A delegada não descartou a solicitação de prisões para quem, de alguma forma, seja fraudando documentos ou coagindo testemunhas, tentar obstruir a investigação.