Valadares receia que baixo preço do petróleo inviabilize o pré-sal
O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) ocupou a tribuna ontem (27), para fazer uma relação entre o baixo preço do petróleo e suas implicações para a produção do pré-sal. Valadares acredita, que além do superendividamento decorrente da corrupção, a Petrobras pode enfrentar um outro problema com a possível inviabilidade econômica da exploração do petróleo na camada.
A redução do preço do petróleo no mercado internacional e a complexidade e os altos custos da exploração desse petróleo são os motivos para essa possível inviabilidade do pré-sal, segundo o senador. “Isso pode afastar todas as expectativas geradas após a descoberta do petróleo na camada pré-sal, como a destinação do dinheiro gerado com a exploração para os setores da saúde e educação”, alertou.
De acordo com a Petróleo Pré-sal S/A, estatal responsável pela venda do óleo e gás extraídos das áreas concedidas sob o regime de partilha, a produção já fica inviável se o preço do produto no mercado internacional for abaixo de 50 dólares. Mas para a Petrobras, a produção continua valendo a pena se o barril for comercializado a 45 dólares. Atualmente, o petróleo é vendido a 49 dólares o barril, preço verificado em 20 de outubro.
Para Valadares, se o cenário continuar assim a exploração do campo de libra, com produção estimada entre 8 e 12 bilhões de barris, corre o risco de não acontecer. Mas se o preço do petróleo chegar a 90 dólares o barril em 2020, como estimam alguns especialistas, essa exploração será viável, acrescentou o senador.
“Enquanto outros países, em épocas diferentes, obtiveram lucros e, inclusive, aproveitaram esses lucros para obtenção de benefícios sociais, a nossa nação se considera numa situação difícil diante dessa perspectiva negativa da exploração do nosso pré-sal, essa grande riqueza”, afirmou o senador.