Em seu despacho mais recente, Moraes disse que a decisão do deputado de se refugiar em seu gabinete na Câmara, na tentativa de fugir da exigência judicial de que passasse a usar tornozeleira eletrônica, revelou sua “duvidosa inteligência”. O episódio ganhou destaque por ser mais uma queda de braço entre Silveira e o ministro do Supremo.
Na ocasião, o parlamentar disse que não iria acatar a decisão de Moraes, a quem chamou de petulante, e cobrou a revisão da determinação pelos demais ministros. O caso foi levado ao plenário virtual da Corte, onde por 9 a 2 foi mantida a obrigatoriedade do bolsonarista passar a usar a tornozeleira eletrônica — somente Nunes Marques e André Mendonça divergiram, o que acendeu o sinal da Corte para a chance de adiamento da votação.
O fato de Nunes Marques ser o revisor da ação penal descarta, em tese, a possibilidade dele pedir mais tempo para analisar o caso, uma vez que cabe ao responsável pela revisão indicar quando o caso está pronto para ir a julgamento.
A fase de apresentação dos argumentos da acusação e da defesa deve ocupar toda a primeira parte da sessão, o que pressiona os demais ministros a apresentar seus votos de maneira sucinta nas duas horas restantes previstas no prazo regimental, caso haja interesse em encerrar o julgamento ainda nesta quarta.
Se a votação não terminar hoje, a ação só será retomada na semana que vem, por causa do feriado de Tiradentes. A condenação definitiva do deputado pode tirá-lo das eleições deste ano, caso se esgotem os recursos cabíveis na Corte.
Fora das paredes de vidro do Supremo são esperados militantes bolsonaristas, o que deve levar a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) a reforçar o contingente de agentes que faz a segurança da Praça dos Três Poderes. A Polícia Judicial que atua dentro do Supremo não indicou se há risco de ataques durante a votação. A segurança da Corte apenas informa trabalhar com “diversos cenários de planejamento” contra ameaças reais e potenciais.
Fonte: MSN