Retirada de civis deve prosseguir nesta quarta; defesa aérea ucraniana reduz ataques russos
Um novo cessar-fogo para a saída de civis da Ucrânia através de corredores humanitários foi prometido pelos russos nesta quarta-feira (9). Enquanto isso, o Ministério da Defesa do Reino Unido destacou que a defesa aérea ucraniana está conseguindo reduzir o número de ataques aéreos dos aviões russos.
Apesar do anúncio da Rússia do novo cessar-fogo, com interrupção desde às 9h local (4h de Brasília) desta quarta, as Forças Armadas ucranianas divulgaram um comunicado afirmando ser “difícil confiar no ocupante”.
Além da capital, Kiev, os corredores humanitários para pessoas estarão em Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol. Apenas em Sumy, 5 mil pessoas deixaram a cidade na terça-feira (8).
Mais retaliações contra a Rússia
O cessar-fogo ocorre em meio a novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia. O presidente norte-americano, Joe Biden, proibiu as importações de petróleo e gás natural da Rússia.
Biden afirmou que a mais nova medida a impor custos à Rússia pela guerra foi tomada após consultar aliados, como países da União Europeia. Entretanto, o presidente disse entender que este movimento pode aumentar o preço dos combustíveis no mundo, incluindo nos Estados Unidos.
Antes de o presidente norte-americano falar, o Reino Unido também anunciou novas medidas e decidiu encerrar até o final do ano a importação de petróleo russo. Os britânicos informaram que buscarão alternativas para o abastecimento e que as empresas devem se preparar para este período de transição para que os consumidores não sejam afetados.
Governo Putin contra-ataca
Em resposta às sanções anunciadas pelos Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin emitiu ordem para restringir ou proibir importações e exportações de determinados produtos e matérias-primas da Rússia em 2022, segundo informou a mídia estatal RIA.
A lista desses produtos que serão restritos e/ou proibidos ainda não foi definida pelo governo russo. O decreto sobre medidas econômicas estrangeiras especiais é destinado a garantir a segurança da Rússia.
O governo terá que definir a lista de estados a serem abrangidos por essas decisões dentro de dois dias, diz a RIA, mas acrescenta que essas restrições não abrangerão produtos ou matérias-primas transportados pelos cidadãos para suas necessidades pessoais.
Brasil não vai aderir a sanções contra Rússia
O governo brasileiro descarta adotar sanções econômicas contra a Rússia. A avaliação no Palácio do Planalto, endossada pela diplomacia brasileira, é de que as sanções acabam por agravar a situação econômica mundial, em especial dos países menos desenvolvidos, como o Brasil.
Além disso, há a leitura de que sanções unilaterais são ilícitas e incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas. Não tem havido, contudo, indisposição dos países que lideram as sanções, como Estados Unidos, Japão e União Europeia a respeito da posição brasileira sobre rejeitar sanções a Rússia, segundo fontes do governo.
Mesmo porque, segundo estas fontes, essa tem sido uma posição histórica brasileira. Por exemplo, ao condenar sanções dos Estados Unidos a Cuba. Mais recentemente, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Couto Filho, posicionou-se contra sanções ao Iêmen, envolvido em conflito com países vizinhos.
Em outra frente, o Brasil também tem se manifestado contra uma proposta de resolução apresentada pela França e pelo México no Conselho de Segurança da ONU que trata de questões humanitárias na guerra da Ucrânia.
Fonte: CNN Brasil