Procuradoria da República investiga André Moura por desvio de verba da Câmara
A revista Época Online divulgou hoje (1º) uma reportagem assinada pelo jornalista Hudson Corrêa, afirmando que a Procuradoria da República no Distrito Federal investiga suspeita de desvio da cota parlamentar pelo deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara.
Segundo a reportagem, entre abril de 2013 e janeiro de 2016, Moura pagou R$ 460 mil à Cloud Technology, localizada em Brasília. Segundo a Procuradoria, os documentos apresentados pela Cloud não comprovam que o serviço de publicidade foi de fato prestado. Os funcionários da Procuradoria não encontraram a companhia no endereço informado: uma moradora disse que a empresa nunca funcionou no local. A investigação tramita em sigilo.
A cota, diz a matéria, é uma verba mensal de R$ 40 mil, no caso dos parlamentares de Sergipe, para cobrir as despesas dos deputados no exercício do mandato – o valor varia dependendo da distância entre o Estado e Brasília. Até aqui sabia-se que Moura responde a três ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), suspeito de desviar dinheiro da prefeitura de Pirambu, em Sergipe.
Operação Lava Jato
Sobre Moura pesa a investigação pela Operação Lava jato. Ele é suspeito de ter recebido propina em negócios da Petrobras. Há ainda um inquérito no qual o parlamentar é investigado como suspeito de tentativa de homicídio. Moura nega as acusações.
A assessoria de imprensa de André Moura disse, à Época, que todos os serviços de divulgação parlamentar foram prestados e que, graças ao trabalho da empresa, consegue grande audiência nas redes sociais. A assessoria afirmou ainda que exemplares do material publicitário foram enviados à Procuradoria da República. Funcionários da Cloud aparecem entre os amigos de Moura no Facebook para monitorar a audiência, disse a assessoria.
A investigação sobre desvio da cota parlamentar, ainda segundo a Época, teve origem em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2014. Os auditores receberam uma denúncia do movimento da sociedade civil batizado de “Operação Pega Safado”, que levantava suspeitas sobre os gastos de 20 políticos, conclui a reportagem.
Procurada pela AJN1, a assessoria de imprensa de Moura não foi localizada para comentar sobre a investigação.