Presidente do Sintese critica parcelamento dos salários dos servidores do Estado
Joângelo Custódio, repórter AJN1
Em entrevista à Rádio Jornal no último sábado (1º), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese), Ângela Melo, criticou severamente a postura do governo de Sergipe ao anunciar, no último dia 28 de julho, que vai pagar o salário de algumas secretarias e autarquias públicas de forma parcelada.
A medida revoltou muitas categorias, entre elas, a dos delegados de polícia do Estado, que deflagraram a “Operação Parcelamento”, num visível protesto contra o parcelamento do pagamento dos servidores públicos estaduais na folha de julho. A Operação gerou problemas em diversas delegacias no que diz respeito a visitas dos familiares dos presos.
Até às 12h do último dia 28 de julho, o governo ainda não havia fechado a folha de pagamento, alegando problemas severos de ordem financeira. O anúncio de pagamento só foi feito pela Secretaria de Estado da Comunicação nas primeiras horas da noite do mesmo dia.
Mas a novidade foi que os servidores lotados na Emdagro, Cehop, Codise, Cohidro, Emgetis, Emsetur, Pronese, demais autarquias e secretarias, aposentados e pensionistas especiais que ganham até o limite de R$ 2 mil, receberam pela metade, sendo que os valores que ultrapassam esse limite serão pagos até o dia 11 de agosto.
Indignação
A classe dos professores não recebeu parcelado, mas deixou indignada a representante sindical. “Os servidores trabalharam e contribuíram com o serviço público no Estado. O Governo diz que tem crise e que não paga porque não tem recursos. Essa é uma justificativa que o trabalhador não pode dar. Porque o governo, quando ele se predispôs a governar, foi para resolver os problemas do Estado. Se tem problemas, não é o servidor público que deve pagar por isso. Os juros do cartão de crédito dos trabalhadores não esperam até o dia 11. Se vencer o cartão, não tem direito a compra”.
Ela disse ainda que os argumentos do Governo não são contundentes para justificar o parcelamento de seu funcionalismo público. “Como justificar que o Governo de Jackson Barreto não tem dinheiro? Os números não mostram isso. Aí os sindicatos, através de seus dirigentes, são desqualificados. Os servidores de elite já receberam seus salários integralmente. Mas o Estado não está em crise? A crise é só para os trabalhadores?”, questiona.
Sobre a “Operação Parcelamento”, dos delegados de polícia, Ângela disse que adorou a tática. “Eles estão protestando sobre o parcelamento do pagamento de seus salários, por isso, estão trabalhando parceladamente. A sociedade precisa saber que nós temos cara e precisamos ter o respeito do governo do Estado”.
Ângela disse ainda que a assessoria de Comunicação do governo Jackson foi as rádios e não informou do parcelamento dos salários. “A população precisava ser informada corretamente, com detalhes. O governo é antidemocrático, atropela tudo”.
Secom
A AJN1 entrou em contato com o diretor de Imprensa da Secretaria de Estado da Comunicação, Givaldo Freitas, mas ele limitou-se apenas a dizer que a presidente Ângela Melo representa os professores e os professores receberam seus salários integralmente. “Aliás, ao contrário da informação, os trabalhadores mais humildes foram os menos atingidos com o parcelamento”.
Foto: Sintese