PF prende Roberto Jefferson no inquérito das milícias digitais
A Polícia Federal foi às ruas na manhã desta sexta-feira (13) e prendeu o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson por suposta participação do ex-deputado em uma organização criminosa digital montada para ataques à democracia. A ordem de prisão é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que ainda determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
O pedido de prisão partiu da Polícia Federal, que detectou a atuação de Jefferson em uma espécie de milícia digital que tem feito ataques aos ministros do Supremo e às instituições. A PF listou diversos vídeos e publicações dele em redes sociais com esses ataques, que fundamentaram o pedido de prisão. A investigação faz parte do novo inquérito aberto por ordem de Moraes após o arquivamento do inquérito dos atos antidemocráticos, para apurar uma organização criminosa digital.
A PF cumpre os mandados na manhã desta sexta-feira. Antes de ser preso, em seu Twitter, o ex-deputado afirmou que a PF estava na casa de sua ex-mulher. “Vamos ver de onde parte essa canalhice”, afirmou na rede social.
Ao GLOBO, a filha de Jefferson e ex-deputada federal, Cristiane Brasil (PTB-RJ), afirmou que a família é vítima de “perseguição” e criticou a operação realizada na casa de sua mãe.
“Mais uma vez a PF tirou minha mãe da cama, às 6h da manhã, que tem 70 anos, dificuldade de locomoção, batendo na casa errada! Ela e meu pai já estão separados há 20 anos! Somos perseguidos políticos. E meu pai, pelo que sei, não está bem de saúde. Daqui a pouco o Alexandre vai mandar prender os filhos também?”, disse Cristiane que já foi presa por supostos desvios em contratos de assistência social no município no Rio.
O ex-deputado, que já foi preso anteriormente por sua condenação no mensalão, hoje é aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tem veiculado com frequência vídeos com ataques aos ministros do Supremo.
Em um desses vídeos mais recentes, Jefferson ameaça a não realização de eleições no próximo ano caso não seja aprovado o voto impresso, que foi derrotado na Câmara dos Deputados. “Se não houver voto impresso e contagem pública de votos, não haverá eleição ano que vem”, disse.
O inquérito sobre organização criminosa digital contra a democracia apura a articulação entre grupos bolsonaristas nas redes sociais com o objetivo de fazer ataques contra a credibilidade das instituições e até mesmo ameaças às instituições democráticas.
Essa articulação foi detectada pela PF dentro do inquérito dos atos antidemocráticos. Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido arquivamento desse inquérito, Moraes acolheu o arquivamento mas determinou a abertura de uma nova apuração, apontando a existência de indícios da participação de políticos com foro privilegiado nessa organização criminosa.
Fonte: G1
*Matéria atualizada às 9h20