Papel de Alcivan era o de “lavar o dinheiro”, diz promotor

Da redação, AJN1

 

Durante entrevista coletiva à imprensa manhã de hoje (1º), no auditório da Academia de Polícia Civil (Acadepol), sobre a operação Ïndeniza-se", o promotor de Justiça, Henrique Cardoso, que compõe do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público de Sergipe, disse que a função do ex-vereador e advogado Alcivan Menezes no esquema de desvio das verbas indenizatórias da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) era o de “lavar o dinheiro”.

 

O promotor explicou que Alcivan era o responsável por fornecer as notas fiscais para comprovar o pagamento dos valores referentes aos supostos serviços prestados. “Ele era o braço econômico ou seja era aquele que dá a nota para saída do dinheiro com o apoio de um dos vereadores investigados”. As investigações apontam que 15 vereadores apresentavam contratos de locação de veículos e de serviços advocaticios fornecidos pelo acusado para comprovar o uso de verbas indenizatórias da CMA. 

 

Henrique Cardoso preferiu não revelar o nome do vereador que atuava junto a Alcivan Menezes, mas foi enfático ao afirmar que o parlamentar tinha atuação importante dentro da “organização criminosa”, que segundo ele foi montada para o desvio do dinheiro público. “O vereador era um dos mais importantes dentro desta organização criminosa formada. Ele era uma das pessoas mais relevantes”, ressaltou.

 

O promotor acrescentou que, a apuração deverá apontar o papel de cada um no esquema. “Temos o dever de identificar o papel e o benefício que cada um recebeu”. Pelo que ficou esclarecido os valores pagos através das notas fiscais não saíam da conta do vereador e por conta isso outros repasses que eram feitos estão sendo investigados, para saber qual a vantagem obtida por Alcivan. “Tem uma figura oculta que está sendo investigada”, concluiu Henrique Cardoso.

 

Como a pretensão do Departamento de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) é concluir o inquérito nos próximos 15 dias, o promotor espera oferecer a denúncia no prazo máximo de um mês, com ações de improbidade administrativa para que os envolvidos para cobra a devolução dos valores recebidos de forma indevida e a punição deles, que vai desde a perda dos direitos políticos a prisão. Ele ressaltou que é preciso que a sociedade tenha informações sobre as pessoas em que votou. “Nesta operação a ideia é trabalhar com transparência e publicidade. A imprensa será informada de todos os atos”.