Gualberto diz não reconhecer Temer como presidente

Em pronunciamento ontem (16) na tribuna da Assembleia Legistativa, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT) disse não reconhecer Michel Temer como presidente do Brasil. “Nós não reconhecemos o roedor Michel Temer como presidente do Brasil. Se o golpe prevalecer, o Brasil estará acéfalo de presidente e vice-presidente. Nós não iremos nos calar diante desse golpe nacional”, afirmou o parlamentar, acrescentando que "um golpe travestido de legalidade é o mais perigoso de todos. O mais perverso, mais dissimulado”.

 

Num longo discurso, Gualberto fez um histórico do processo democrático no Brasil e os consequentes golpes da elite desde o período do segundo governo de Getúlio Vargas. Por ter instituído a CLT favorecendo os trabalhadores e implantado a Petrobras para explorar o petróleo em solo brasileiro, Getúlio sofreu com várias perseguições da elite e acabou cometendo suicídio. O presidente João Goulart, que pensou em implantar reformas de base ligadas às questões agrárias, estudantis, urbana e política, foi deposto pela “elite retrograda que promoveu ações violentas contra ele”.

 

Francisco Gualberto falou ainda da campanha das Diretas Já que foi sufocada pela elite, conseguindo eleger o presidente do Brasil através de um colégio eleitoral. Na ocasião, Tancredo Neves, o eleito, acabou falecendo sem chegar ao poder e José Sarney, “um filho da ditadura militar”, assumiu o cargo. “No Brasil nunca houve período democrático duradouro. A elite brasileira é uma das mais retrogradas do mundo. Não aceita a democracia. Eles temem o avanço dos mais pobres”.

 

Foram citados ainda pelo parlamentar, os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Este, um dos mais prejudiciais à história social e econômica no Brasil. Para justificar, o deputado citou as vendas da Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica Nacional, além da privatização do setor de telecomunicações. “Os maiores crimes de lesa-pátria que esse país já viu. Mas tudo legalizado”, criticou. 

 

O deputado sergipano também fez um histórico dos avanços sociais nos governos de Lula e voltou a enfatizar que assim como em 1964, o golpe atual contra o governo do PT tem o patrocínio de instituições como a Fiesp e a OAB, além do apadrinhamento da Rede Globo. “A diferença é que dessa vez não houve baioneta. Porque as baionetas foram os senadores e os deputados federais que participaram do golpe”, sustentou Gualberto. “Um projeto político que cria no Brasil uma nova classe média com 20 milhões de pessoas não pode prevalecer, na visão dos golpistas. Eles não conseguem se eleger nas urnas, então precisam do golpe para chegar ao poder”, disse o parlamentar.

 

“A intenção deles é tirar Dilma, mas principalmente desmoralizar Lula e torná-lo inelegível. Eles sabem que se não fizerem isso em 2018 Lula volta à presidência. A medalha de ouro da república de Curitiba será prender Lula, pois para eles o golpe tem começo, meio e fim. Só que não combinaram nada disso com o povo”, afirmou, argumentando que a intenção da elite golpista é sim acabar com os programas sociais implantados nos últimos anos. “Esse modelo de democracia não serve à elite. Mas em geral os golpistas terminam no fundo da lata do lixo da história”, definiu Francisco Gualberto. “Eu não acredito que o povo brasileiro irá suportar esses golpistas por muito tempo. Fora o roedor da democracia brasileira. Fora Temer”, disse.

 

Fonte: Ascom Parlamentar