Gorete Reis nega envolvimento no caso dos desvios das verbas de subvenção social
Por AJN1
A prisão do ex-deputado Raimundo Lima Vieira, ‘o Mundinho da Comase’, pela Polícia Cívil continua a repercutir. Ele aceitou a delação premiada, e o depoimento que o ex-parlamentar deu à justiça acabou chegando em mãos da imprensa, tendo parte de seu teor revelado em um programa da Tv Atalaia, na noite desta quinta-feira(30). No depoimento, Mundinho cita alguns parlamentares, entres eles, a deputada estadual Goretti Reis (DEM).
A deputada emitiu uma nota à imprensa ainda no final da noite de ontem (30) negando que tenha participação no caso dos desvios de verbas de subvenção social da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), ligados a Ala Jovem ou em outra associações. A Ala Jovem tem sede no município de Lagarto, região centro-sul do estado.
O ex-deputado Mundinho da Comase foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira(29), acusado de ser um dos líderes de um esquema em que se beneficiava dos recursos desviados da Alese, que deveriam ser aplicados em associações filantrópicas.
Confira a nota na integra:
"Em relação aos fatos relatados pela imprensa nesta quinta-feira (30) em relação ao denominado “escândalo das verbas de subvenções”, cumpre-me como cidadã e Deputada, prestar contas à sociedade sergipana e aos meus 26.886 eleitores. Faço isso com a mais absoluta tranquilidade, de cabeça erguida e de moral elevado.
Sem temer as críticas rasas de quem não analisa a questão a fundo, inicio reafirmando minha compreensão que a destinação de verbas a associações filantrópicas através do orçamento da Assembleia foi algo absolutamente louvável e salutar, pois com esses recursos centenas de instituições assistenciais sobreviveram e prestaram relevantes serviços à população sergipana.
Nessa percepção, há de se separar o instrumento do uso.
Como uma lâmina, que tanto pode ser utilizada para ferir como para curar (ao realizar uma cirurgia), é a utilização do instrumento que é bom ou ruim e não o instrumento em si.
Se o uso das verbas de subvenções foi distorcido, a culpa e a punição devem recair sobre quem distorceu seu uso e não sobre o instrumento em si.
Pensar diferente disso é amaldiçoar a lâmina ao invés de louvar o cirurgião ou maldizer quem com ela fere. Dito isso, quero reafirmar que tenho a consciência tranquila de ter indicado à Assembleia instituições que, a meu sentir, fariam dela bom uso.
Com esse norte em mente, indiquei, sem arrependimentos, várias associações à Assembleia, dentre elas a Ala Jovem da minha cidade de Lagarto, à qual a Assembleia destinou R$ 60.000,00 os quais, a meu pensar, seriam utilizados para eventos de alcance social, a exemplo do XXII Corrida de Lagarto.
Se houve desvio na utilização dessas verbas, como cidadã sou vítima e não cúmplice; e desafio qualquer cidadão honrado, seja ele Presidente de Associação, Deputado ou Ex-Deputado, Promotor ou Delegado, a provar que recebi de volta qualquer valor destinado às Associações por mim indicadas à Assembleia.
Coloco minhas contas e meu sigilo fiscal telefônico e bancário à disposição da Polícia e do Ministério Público, e espero deles o mesmo tratamento honroso e respeitos que sempre lhes dispensei; aguardando que eles, finda a investigação, venham a público para com todas as letras afirmar: “quem acusou a deputada Goretti Reis de ter recebido de volta qualquer valor destinado a Associação” mentiu.
Enquanto os fatos são apurados, espero da sociedade, da imprensa, das autoridades e até dos meus adversários, o respeito à história de três gerações de políticos honrados que construíram sua vida política e pessoal com hombridade e suor; e o direito de não ser julgada apenas com base numa alegação de quem, por desespero ou má orientação, tenta lançar no mesmo mar de lama no qual afunda, nós outros, que não somos melhores que ele, nem piores que ele, mas certamente diferente dele".
Deputada Goretti Reis
Foto: Alese