Chile: Bolsa de Santiago abre em queda de 7,27% após vitória de Boric

 

O Índice S&P IPSA, o principal da Bolsa de Valores de Santiago, abriu a segunda-feira (20) em queda de 7,27%, aos 4.041,10 pontos, em uma reação do mercado à vitória do esquerdista Gabriel Boric nas eleições presidenciais do Chile.

Embora todos os papéis estejam em território negativo, as quedas mais acentuadas são da Cencoshopp (-15,44%), da Aguas-A (-12,67%) e da SQM-B (-10,40%).

Diego Pereira, economista do J.P. Morgan, afirmou que, para minimizar os riscos de volatilidade, Boric terá que dar sinais rápidos de moderação para o mercado e revelar quem serão os ocupantes de alguns dos principais postos do novo governo, como o Ministério da Economia.

Também como reação à vitória do esquerdista, o dólar atingiu uma nova máxima histórica nesta segunda-feira, sendo negociado a 872,61 pesos no início das operações, mas pouco depois recuou para 860 pesos.

No pré-mercado de Nova York, o fundo de índice (ETF, na sigla inglês) iShares MSCI Chile (EWZ), que reflete o principal índice acionário chileno em dólar, caía 5,00%, aos 22,98 pontos.

Segundo analistas, o dólar poderia superar a barreira dos 900 pesos, pressionado pelas incertezas dos investidores sobre o novo governo de Boric.

“Esse comportamento ocorre porque os investidores preferem políticas mais pró-mercado e desconfiam das condições que existirão na presidência de Boric. Neste cenário, [o dólar] poderia perfeitamente romper os 900 pesos no curtíssimo prazo”, afirmou Ricardo Bustamante, da consultoria Capitaria.

Na disputa mais polarizada da história do país, Boric obteve 55,9% dos votos de 99,8% das urnas apuradas, derrotando o candidato de extrema-direita José Antonio Kast, que ficou com 44,1% dos votos apurados.

O presidente eleito, de 35 anos, é filho de uma família de classe média alta e ex-líder estudantil ligado ao Partido Comunista, grande defensor de causas feministas e das minorias.

Boric tornou-se apto a ser presidente do Chile apenas em fevereiro deste ano, uma vez que o país exige idade mínima de 35 anos para o cargo, tornando-se, assim, o presidente mais jovem da história chilena.

Em declaração na rede social do Twitter, ele agradeceu pelo mandato, pelo qual se disse honrado, e afirmou que está desde cedo trabalhando para o que está por vir.

Fonte: Valor  Econômico com informações Diario Financiero faz parte da Red Iberoamericana de Periodismo Económico (RIPE).