É uma guerra ser gestor municipal, diz Heleno Silva
Participando da 19ª Marcha dos Prefeitos a Brasília em Defesa dos Municípios, que acontece desde a última segunda-feira e se estende até o dia 12, o prefeito de Canindé, Heleno Silva, disse que o maior desafio de um gestor municipal é fechar as contas.
Heleno Silva afirmou que a crise das prefeituras é agravada pelo aumento dos custos operacionais de manutenção da máquina pública e pela elevação das despesas. Ele cita várias distorções que elevaram a uma das piores crises enfrentada pelos municípios.
“Temos uma grande distorção no Pacto Federativo porque o Governo Federal ficar com 50% dos recursos arrecadados, os estados ficam com 26% e os municípios ficam apenas com 19%, e nós sabemos que tudo acontece nos municípios", ressaltou o prefeito de Canindé. Heleno Silva também aponta do piso do magistério como um dos problemas enfrentados pelos gestores municipais.
Segundo ele, o repasse do Fundo de Valorização do Magistério (Fundeb), uma das fontes de receita utilizada para cobrir esta despesa, cresceu para 52% enquanto o piso salarial dos professores aumentou para 108% . "Não é que o professor não mereça ganhar bem mas, o Governo Federal deveria repassar para os municípios o mesmo reajuste do piso “, pontua Heleno ao acrescentar que ainda há outras distorções a exemplos do salário mínimo que nos últimos seis anos cresceu 72% enquanto o repasse do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) cresceu 52%.
Outra queixa do prefeito Heleno são os programas federais que são sub financiados. “O Governo Federal repassa R$ 0,30 centavos por aluno por dia para merenda escolar enquanto o custo médio é R$ 2,50. Para contratar médico, enfermeiro, dentistas e outros, via o programa da Saúde da Família, custa R$ 32 mil e o Governo Federal repassa em média R$ 10 mil. Sem esquecer o transporte escolar que em média se gasta R$ 114,00 por transporte e o Governo Federal só repassa R$ 12,00", detalha Heleno ao falar da dívida que o Governo Federal tem com os municípios de R$ 43 bilhões e os montantes de obras paradas e recursos atrasados."É uma guerra ser prefeito”, lamenta.
*Com informações da Ascom PRB/SE