Sergipe registra 382 casos de exploração sexual infanto-juvenil

Da redação, AJN1

 

A coordenadora do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), Mariana Diniz, e a delegada Lara Schuster, que atua na Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), detalharam na manhã de hoje (17), o relatório sobre atendimento e investigações de casos de exploração sexual infanto-juvenil ocorridos no Estado.

 

Segundo as estatísticas, somente nos primeiros quatro meses deste ano, foram registrados 382 boletins de ocorrências que geraram a abertura de 70 inquéritos policiais pela unidade especializada. Já em todo o ano de 2015, foram 255 denúncias anônimas, 960 boletins de ocorrências e 202 inquéritos policiais abertos.

 

Apesar dos números serem altos, eles ainda não refletem a realidade devido à existência de casos que não foram notificados formalmente.

 

“Existe uma subnotificação dos casos, principalmente porque a maioria deles ocorre dentro dos lares, e as pessoas que deveriam zelar pelo bem estar, saúde e preservação da integridade física e psicológica das vítimas, muitas das vezes, são os próprios agressores ou então são omissos no seu dever e deixam de denunciar”, salienta a coordenadora Mariana, ressaltando que nesse mesmo contexto, ainda há pessoas que também não o fazem por vergonha, por ainda existir muito preconceito e tabus acerca dessa problemática.

 

Prisões em 2016

 

Conforme o relatório, neste primeiro quadrimestre foram 118 inquéritos concluídos e encaminhados à 6ª Vara Criminal, responsável por julgar os crimes contra a criança e adolescente. Desses 118 casos investigados pelo DEPCA e encaminhados à justiça, 70 foram com indiciamento, ou seja, com o autor da agressão definido, o que resultou em 12 prisões já realizadas nesses primeiros meses pela unidade.

 

A delegada Lara Schuster disse que o número de agressores com mandado de prisão preventiva e que estão na condição de foragidos ainda é muito grande. Para auxiliar os trabalhos policiais nas buscas contra os agressores, ela frisa a importância da população fazer a denúncia. “As pessoas podem contribuir com informações ligando para o Disque 100 (nacional), ou para o Disque-Denúncia 181 (estadual). Além disso, elas podem também se dirigir às delegacias especializadas ou comuns para fazer a queixa”, ressalta.

 

A divulgação do relatório é em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado no dia 18 de maio.