Polícia vai investigar possíveis fraudes no sistema penitenciário sergipano

Da redação AJN1

 

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (24), a Secretaria de Estado da Justiça (Sejuc), a Corregedoria-Geral do Sistema Prisional Sergipe e o Departamento Penitenciário (Desipe) detalharam os cinco meses de investigação que revelaram a existência de uma associação criminosa formada por detentos e ex-presidiários, que recebiam ajuda privilegiada de um funcionário do presídio.

 

Já foram expedidos sete mandados de prisão e entre os presos está o agente penitenciário Pedro da Mota Carvalho Neto, de 48 anos, detido semana passada no Rio de Janeiro e que já está no Cadeião de Nossa Senhora de Socorro. Ele é acusado de fraudar o relatório de remissão de pena, a qual diminui o tempo de prisão dos internos que trabalham no sistema prisional. Pedro também foi acusado de facilitar a entrada de objetos proibidos.

 

“Esse cidadão permanece detido no cadeião de Nossa Senhora do Socorro e a corregedoria já deu início ao procedimento administrativo disciplinar contra o servidor para apurar as eventuais faltas administrativas desse servidor. Concluído o inquérito policial, a Sejuc vai adotar medidas judiciais que o caso requer”, disse o secretário de Justiça, Antônio Hora.

 

O secretário disse ainda que encaminhou, também, um ofício à Secretaria de Segurança Pública (SSP), solicitando abertura do inquérito policial para averiguação dos fatos. 

 

Afastamento

 

Por causa das denúncias, os vice-diretores do Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Compajaf) e do Cadeião de Nossa Senhora do Socorro, conta o secretário, pediram afastamento dos cargos. “Os dois vices tiveram seus nomes vinculados num programa de televisão e pediram afastamento por iniciativa própria para dar mais transparência ao processo de investigação, que deverá ser concluído em dez dias”. 
 

 

Relembre

 

Na última sexta-feira (19), a Polícia Civil, por meio do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Grupamento Especial de Repressão e Busca (Gerb), concluiu uma investigação de cinco meses que culminou na desarticulação de uma associação criminosa especializada em fraudar o sistema prisional sergipano, diminuindo o cumprimento das penas de presos processados por tráfico de drogas.

 

De acordo com o delegado Fábio Pereira, foram cumpridos mandados de prisão em desfavor de Atila Sidnei Santos Fraco, 26 anos, responsável pelo tráfico de drogas no Presídio Regional Senador Leite Neto, localizado em Nossa senhora da Glória e pela intermediação entre os presos e um servidor do Departamento do Sistema Prisional para fraudar procedimentos em remições.