PM investiga denúncia de abuso de oficiais contra irmãs
Uma denúncia de abuso deautoridade por parte de policiais militares contra duas irmãs de, respectivamente, 14 e 22 anos, está sendo apurada pela Polícia Militar. Segundo o relato delas, quatro policiais militares do 5º Batalhão teriam-nas assediado durante uma abordagem, durante o dia 10 de janeiro, em uma casa no Conjunto Fernando Collor, em Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju.
A mulher de 22 anos detalhou no Boletim de Ocorrência que ouviu latidos do cachorro da família. Quando foi ver o que era, os policiais mandaram abrir o portão e, em seguida, ordenaram que ela seguisse para o quarto. No local, os militares a revistaram e mandaram ela tirar a roupa. Disse, também, que a irmã de 14 anos, que estava no banho, foi obrigada a ir para o quarto. Esta afirmou que os oficiais apontaram a arma para a cabeça dela e perguntaram, mostrando uma foto de um aplicativo, se ela conhecia ‘Ninho’ e ela respondeu que não.
A menor afirmou, ainda, que um policial a ameaçou com uma arma na cabeça para que ela tirasse a roupa e se ajoelhasse. Ela também negou conhecer o suspeito procurado pelos militares e que uma vizinha, ausente da própria residência no momento da operação, teve a residência arrombada pelos mesmos policiais.
Investigando
Comentando sobre o ocorrido que gerou a denúncia, o major Marcos Carvalho disse que a Polícia Militar vai investigar detalhadamente o caso. “Sabendo disso, como de praxe, será instaurado um inquérito, que o próprio comandante-geral já determinou que seja rigoroso, e se for constatad oque for verdade, esses policiais sofrerão os rigores da lei”, explicou.
No entanto, ele também alertou para o fato de terem havido muitas denúncias falsas no sentido de atrapalhar as investigações da PM na área, conhecida por ter alta criminalidade. “Essa região é uma incidência de crime muito alta, e várias pessoas tem feito isso para evitar que a polícia continue saturando a área, para criar uma confusão com as autoridades, mesmo sabendo que não vai dar em nada lá na frente. Ao final desse inquérito, se constatado que esse foi, essa senhora terá que responder por denunciação caluniosa. O pessoal, inclusive, está atento ao andamento do inquérito, e isso incorrerá no artigo 339 do Código Penal, com reclusão de 2 a 8 anos”, acrescentou.
O major explica, ainda, que a operação deflagrada no dia 10 no conjunto Fernando já tinha o intuito de reprimir a criminalidade. “Elas moram em uma região onde a incidência de traficantes é absurdamente alta. Nessa manhã foram deflagradas várias operações no conjunto justamente para coibir isso, e uma dessas operações tinha como alvo um indivíduo de apelido ‘Ninho’. Ele frequenta essa região, e à frente dessa operação havia um oficial, um comandante da força tática local e esse oficial pessoalmente esteve nessas abordagens, e nesse local (procuramos no GPS) as viaturas estiveram das 10:02 até às 10:19. Ou seja, em 17 minutos os oficiais estiveram lá. Procuraram, não encontraram, seguiram a outras localidades do Fernando Collor e até apreenderam drogas, recuperaram motocicletas, etc.Tínhamos um oficial à frente que nos afirmou que eles não entraram em casa nenhuma”, detalhou.