PF/SE desarticula quadrilha colombiana que alimentava esquema de agiotagem
Por AJN1
A Polícia Federal em Sergipe (PF/SE) deflagrou a operação “Banco da Colômbia” nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (10), com o objetivo de reprimir os crimes de agiotagem, associação criminosa, extorsão e lavagem de dinheiro. Até o momento, um colombiano, identificado como Jhon Edinson Galvis, conhecido como Pablo, foi preso e outras três pessoas estão foragidas.
Após três meses de trabalho investigativo, a PF constatou a existência de um grupo de colombianos que atuava em Aracaju emprestando dinheiro a juros extorsivos (em torno de 20%), com pagamentos diários, a pequenos comerciantes.
“Foram três meses de trabalho investigativo e constatamos a existência de uma célula, onde colombianos que estão regulares no Brasil faziam empréstimos a pequenos comerciantes, no valor de mil a três mil reais, a juros extorsivos, o que não é autorizado por lei”, explica o delegado e coordenador da Operação Marcio Alberto Gomes.
O empréstimo, reitera Marcio, era pago parcelado e as cobranças eram feitas diariamente. Em muitos casos, as vítimas eram até ameaçadas. “Temos conhecimento de vidros de comércio quebrados e produtos que foram levados dos comerciantes, em troca do pagamento”.
Foram expedidos, pelo Juíz de Direito da Comarca de Nossa Senhora do Socorro, cinco mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária. Os agentes da PF cumpriram os mandados de busca e apreensão no condomínio residencial Estrela do Mar no bairro Atalaia. Até o momento, apenas uma prisão foi realizada. Três indivíduos estão foragidos.
“Sabemos que há muitas vítimas dessa célula. Conseguimos prender um, o Pablo, e os demais continuam foragidos, mas a polícia está nas ruas atrás deles. Como eles sabem que fazem um esquema ilegal, eles mudam de residência com frequência. E tudo indica que eles estão em Aracaju especificamente para extorquir dinheiro. Agora, vamos comunicar a operação a Brasília, e os colombianos deverão ser expulsos do país. Eles responderão por agiotagem, associação criminosa e extorsão e também lavagem de dinheiro”, conclui Márcio.
Apreensões
Com o preso foram apreendidos celulares, uma motocicleta e mais de R$ 7 mil. A Polícia Federal informou que as diligências seguem em andamento.
Lei
Os investigados responderão pelas penas dos artigos 4º, a, da Lei nº 1.521/51 (agiotagem), artigos 158 e 288 do Código Penal (associação criminosa e extorsão) e artigo 1º, § 1º, I, da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro).
*Matéria atualizada às 14h42 para acréscimo de informação.