PF deflagra operação que investiga fraudes em licitações que podem chegar a R$6 mi

Joângelo Custódio, da redação AJN1

 

A Polícia Federal em Sergipe (PF/SE) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (5), em parceria com a Controladoria Geral da União em Sergipe, a operação denominada “Acesso Negado”, que investiga fraudes em licitações em diversos municípios sergipanos, com ênfase em Canindé de São Francisco, que podem chegar a mais de R$6 milhões. A ação da PF foi desencadeada através de uma ação movida pelo Ministério Público Federal, que identificou os atos ilícitos.

 

Simultaneamente, a PF da Bahia também iniciou a operação "Infecto”, que investiga a mesma organização criminosa. A ação teve início com 17 mandados de buscas nos municípios de Aracaju, Salvador (BA), Feira de Santana (BA), Juazeiro (BA), Vitória da Conquista (BA) e Petrolina (PE), além de 11 mandados de prisão temporária, das quais foram cumpridas, até agora, cinco, entre eles a do advogado Aimar Alves Costa, preso em seu apartamento, no Edifício Cabernet, localizado no bairro 13 de Julho, na capital sergipana.

 

O principal alvo de investigação da PF/SE é a relação do Instituto Socioeducacional Solidariedade (Ises) com a prefeitura de Canindé de São Francisco. Segundo o chefe da Controladoria Geral da União em Sergipe, Antônio Santana, depois de quatro meses de investigação, foram constatadas, de fato, diversas irregularidades na execução dos recursos transferidos ao Ises pelo município de Canindé de São Francisco, especialmente recursos concernentes à área de saúde. 

 

“São muitos pagamentos irregulares, sem a contraprestação dos serviços, inclusive para pessoas físicas e jurídicas que estão conectadas entre si e o próprio Instituto. Houve uma contratação, por parte do Ises, de uma pessoa física para executar serviços de assessoria contábil, que compreendiam a elaboração de prestação de contas, aplicação de recursos, e essa mesma pessoa foi contratada para fazer auditoria das prestações de contas. A partir daí identificamos outras diversas irregularidades, como locação de software de informática junto à empresa que tem como sócio uma pessoa que integra o conselho fiscal do Instituto”, detalhou Antônio.    

 

O delegado da PF/SE que está coordenando a investigação, Marcio Silva, disse que, no primeiro momento, os contratos que foram objeto da investigação dizem respeito a probabilidade de desvio de mais de R$1 milhão, e que em Canindé o valor pode ultrapassar R$6 milhões. 

 

“Ainda temos outros valores de outras prefeituras em Sergipe. Como o foco foi em Canindé, vamos com o material apreendido verificar se nos outros municípios as irregularidades se repetiram. Identificamos uma ligação de contratos com os estados de Sergipe, Bahia, Tocantins, entre outros, e aqui, especificamente em Aracaju, descobrimos uma casa que servia de depósito", explicou o delegado.

 

Mais informações em instantes.