Operação da polícia realizada na manhã de hoje termina com dez presos e dois mortos

Da redação, AJN1

 

Após três meses de investigações, coordenadas pela 4ª Delegacia Metropolitana, a polícia desarticulou uma quadrilha especializada na invasão de chácaras e casas de veraneio. Durante a operação Veraneio, nome dado pela predileção por imóveis deste tipo, deflagrada no início da manhã de hoje (22), foram presas 10 pessoas, entre eles um militar da Marinha, um adolescente foi apreendido e dois homens morreram em confronto com a polícia. Também foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão.

 

Ao bando é atribuído 16 assaltos, dentre eles os que tiveram como alvos uma fazenda do Grupo Maratá, em Itaporanga D'Ajuda, e as residências de um cabo do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp) e de uma professora aposentada, que foi assassinada durante a ação, na zona de expansão de Aracaju.

 

"Já vínhamos investigando a quadrilha antes do latrocínio, mas só tínhamos apelidos e precisávamos das identificações para deflagrar a operação", disse a delegada Maira Moinhos. Ela acrescentou que se trata de um grupo grande, onde havia integrantes com funções definidas. Um dos presos é militar da Marinha e está sendo acusado de dar suporte às ações da quadrilha, fornecendo roupas, emprestando o veículo, levando até o local dos assaltos ou auxiliando na fuga. "Ele alega inocência. Diz que apenas conhece os envolvidos e por isso acabou confundido", revelou a delegada.
 

De acordo com o que foi apurado, o grupo agiu nas cidades da Barra dos Coqueiros, Estância, Itaporanga D'Ajuda e Aracaju. "Um fato que chamou a atenção é que os carros roubados eram abandonados na região onde os suspeitos moravam, o que facilitava a sequência da fuga a pé", explicou Maira Moinhos. No assalto que vitimou a professora aposentada Maria Dolores Largui González, 61, ocorrido no dia 30 de dezembro do ano passado, teriam sido Anderson Carlos, que foi preso no Porto Danta, e Samuel dos Santos, o "Negrete", os autores dos disparos. Samuel morreu na manhã de hoje ao reagir à prisão.
 

De acordo com a delegada, no dia 10 de janeiro, parte da quadrilha tentou matar um traficante na invasão das Malvinas. Houve confronto entre os criminosos e Lenilson de Jesus Santos, preso durante a operação, foi baleado e ficou paraplégico. "A operação não terá segunda fase. As investigações vão continuar para identificar outros possíveis envolvidos e os receptadores do material roubado", contou a delegada, que a partir de agora tem dez dias para concluir os inquéritos e individualizar a participação dos presos em cada um dos assaltos registrados.
 

A operação Veraneio contou com a participação das equipes da 4ª DM, Delegacia de Turismo, Gerb, Copcal, GTA, Regional de Estância, Dipol, Cope e Delegacia Geral da Polícia Civil, além do Batalhão de Radiopatrulha.  As prisões aconteceram nos povoados Robalo e São José, na zona de expansão, e no bairro Porto Danta, em Aracaju, e em Nossa Senhora Socorro.